ISEP|GO | SUCESSO ACADÉMICO | PROCRASTINAÇÃO

Principal

 

NÃO ME APETECE ESTUDAR, FICA PARA AMANHÃ

 

Se a motivação fosse como um comprimido não nos faltaria vontade para nada… Ou será que faltava? Lembravas-te de o tomar todos os dias?


Muitas vezes, assume-se que é preciso ter motivação para concretizarmos certas tarefas, mas, quanto mais complexas, demoradas e difíceis nos parecem, menos a motivação parece chegar.


A motivação define-se como “uma força que mobiliza os indivíduos a envolverem-se no contexto (…)”. Centra-se em três necessidades básicas para o seu desenvolvimento: a perceção de competência, o potencial de autonomia e a possibilidade de vínculo/pertença.” (Deci & Ryan, 2000). Podemos sentir-nos motivados pelo desejo de obter uma dada recompensa/benefício/elogio ou evitar uma punição para completar uma atividade (motivação extrínseca). Como, também, sentirmo-nos motivados pelo interesse, envolvimento e prazer próprio que a realização da tarefa em si nos traz (motivação intrínseca). Pode, ainda, ser possível, se estivermos envolvidos numa tarefa que não nos valoriza, onde não entendemos a sua utilidade, ou na qual nos sentimos estagnados, entrarmos num estado de falta de intenção para agir/fazer (amotivação).


Sabias que, mesmo uma pessoa que se diga motivada pode apresentar baixa produtividade?


Do desejo à ação é preciso a etapa de concretizar, e é neste intermédio que se pode instalar a procrastinação.

 

 

O evitamento de uma tarefa que assumimos fazer sem motivo válido, apesar das consequências negativas que poderão advir. Associada à incerteza do resultado, às inseguranças quanto ao nosso grau de competência ou à perceção de tempo e esforço necessário para iniciar a tarefa, a procrastinação refere-se ao adiamento como meio de evitar sensações desagradáveis (exageradas ou irreais). 
Certamente, já reparaste que entre ir estudar Física ou ver uma série, ir levar o lixo à rua, ver vídeos no Instagram ou comer (mesmo sem fome fisiológica), é provável que escolhas tudo menos estudar. Na procrastinação, a atenção desvia-se para tarefas menos prioritárias e até simples, que nos permitem o acesso a sensações imediatas de bem-estar, tranquilidade e prazer.


A motivação por si só não é suficiente na hora de estudar/trabalhar. É importante o compromisso, a disciplina, a persistência e a tolerância à frustração. Quantas vezes já pensaste “Não me apetece estudar hoje, fica para amanhã” e esse amanhã não chegou? Jogadores e atletas, os teus professores, colegas e pais, provavelmente não têm motivação para trabalhar, treinar e estabelecer a sua rotina todos os dias. Normalizar que nem sempre temos o impulso e a vontade motivacional é importante! Por vezes, trata-se apenas de tentar começar para realmente o fazer.


O Gabinete de Orientação (ISEP|GO) apresenta-te algumas estratégias para gerires a procrastinação e trazeres a tua motivação à ação:

  1. Lista o que tens a ganhar se completares a tarefa versus que consequências negativas podes sofrer, a curto e médio-prazo, se adiares?
  2. Quais são as principais atividades que pensas quando te queres entreter e não estudar?
    Reconheceres os teus “pontos frágeis” é útil para saberes identificar quando estás a procrastinar.
  3. Inclui tempos de pausa
    A quantidade de horas de estudo seguidas não é sinónimo de qualidade, e é importante que necessidades básicas, tais como comer, ir ao WC, ou falar com alguém, sejam feitas. Assim, também prevines distrações e a perceção de que “o estudo nunca mais acaba”. O Método Pomodoro pode ser um auxílio para gerires o teu tempo de estudo-pausa.
  4. Utiliza Fidget Toys como ferramenta de concentração. 
    Às vezes, a nossa mente divaga como sinal de inquietação e/ou procrastinação. Pela repetição dos movimentos, estes objetos têm a capacidade de aliviar o stress, ajudam na coordenação e competências motoras finas, melhoram o foco e, ainda, contribuem para o desenvolvimento dos músculos das mãos.
  5. Define recompensas para o final do teu estudo

                     

    O reconhecimento dos teus esforços irá motivar-te a continuar.
     
  6. Dá um boost a ti mesmo antes de começares. 
    Não, não é ver só mais episódio e já vais! Arruma o teu espaço de trabalho, define o que tens para fazer, veste uma roupa confortável, evita o pijama para não tenderes a sentir preguiça, ouve a tua música favorita, dança ou passeia o teu animal de estimação. Resumidamente, faz uma atividade breve, de que gostes e que te anime e, depois, inicia o teu estudo. 
  7. Estuda com companhia, caso tenham os mesmos objetivos e estilo de estudo. Ou então, estuda a solo, num local que aprecies, que te estimule e não te provoque distrações.
  8. Se apreciares barulho de fundo, constrói uma playlist para acompanhar o teu estudo.
    De preferência, opta pela melodia da música e não a versão cantada, pois aumenta a probabilidade de te distraíres para cantar. Se as tuas músicas favoritas te deixarem mais irrequieto, opta por músicas lo-fi, com uma sonoridade suave e relaxante para te ajudar a concentrar. 
  9. Aponta as distrações que te possam surgir para resolveres depois.
    Como assim? É comum a mente recordar-nos do quarto que ainda não arrumámos, do episódio que ainda não vimos, e de uma data de tarefas, que até ali não eram urgentes nem lembradas, mas que, agora, servem para te distrair. Anota essas preocupações e tarefas, e define que as irás fazer logo após terminares o estudo, assim contornas a procrastinação.
  10. Avisa os teus contactos regulares de que vais estudar da hora X à hora Y e evita interrupções. 
  11. A adrenalina que sentes ao estudar na véspera pode ser estimulante, mas não compensa a ansiedade e o cansaço que sentes durante e após.
  12. Não te pressiones, às vezes são precisas várias tentativas. 
    Se a procrastinação é uma defesa do nosso organismo para evitar sensações que espera serem desagradáveis, pressionares-te só irá aumentar esta perceção negativa e o teu desejo de afastamento. Não desistas, tenta, e entre tentativas pausa – circula no espaço, afasta-te do local de estudo e distrai-te com algo que te seja prazeroso, mais tarde regressa. 
  13. Identifica o que te leva a evitar, quais são os teus receios/medos e preocupações que te estão a bloquear. 
  14. Experimenta trabalhar por cinco minutos.
    Sim, cinco minutos. Não vigies o cronómetro, deixa-te apenas iniciar a tarefa. Se o alarme tocar após estes cinco minutos e sentires que consegues continuar, adiciona mais cinco. A verdade é que a perceção de dificuldade numa dada tarefa aumenta em cada adiamento. Tendemos a adiar se percebermos que o tempo e o esforço necessários para nos mantermos atentos será grande. Além dos cinco minutos, começa por repartir uma tarefa em micro-tarefas, por passos. Isto, ajudar-te-á a ter perceção de que estás a trabalhar!

Se quiseres compreender um pouco mais sobre a procrastinação, deixamos-te esta sugestão de vídeo - “Inside the Mind of a Master Procrastinator” (de Tim Urban).

 


Para te apoiar nesta etapa, sabe que podes contactar o ISEP|GO, enviando um e-mail para: isep-go@isep.ipp.pt.