Investigação

Investigadora do BioMark quer testar glucose no espaço
10-08-2020

Akmaral Suleimenova, investigadora do BioMark, é líder de um projeto que pretende facilitar a monitorização da saúde humana no espaço. Com formação em Engenharia Química e doutorada em Nanotecnologias e Nanociências, conheceu Carolina Marques, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, e desafiou-a a participar no projeto.

As jovens foram selecionadas para entrar numa experiência da European Research Association (ELGRA) que, em colaboração com a Swedish Space Corporation, vai lançar foguetões não tripulados para o espaço e que vão ficar seis minutos em microgravidade. Nestes foguetões, as investigadoras vão enviar biossensores de glucose de papel para perceber como é que estes testes se comportam num ambiente como o espaço, com microgravidade, vácuo e vibrações.

"O maior desafio será, num tão curto espaço de tempo, conseguir que uma gota líquida encoste ao biossensor", refere Akmaral Suleimenova. "Se este biossensor da glucose for viável no espaço, vamos conseguir diagnosticar diferentes doenças de uma forma simples, rápida e económica".Já estabeleceram parcerias com universidades estrangeiras para colaborarem no projeto e preparam-se para testar o comportamento dos biossensores antes de viajarem para o espaço.  

Continua a ser muito difícil monitorizar a saúde humana no espaço devido à microgravidade e à exposição a raios cósmicos de alta energia". Para além disso, já que o turismo espacial será uma realidade, será necessário apostar em sensores práticos, leves, não invasivos e de baixo custo. "Esta tecnologia é muito prática e não precisa de energia para funcionar. Basta avaliar o surgimento de uma cor no papel que dará o diagnóstico através de uma amostra biológica que pode ser saliva ou suor", explica a investigadora.

Neste momento, Akmaral e Carolina estão a trabalhar num sistema automatizado, com uma câmara de vídeo, para que a experiência não necessite de intervenção humana.

Akmaral é natural do Cazaquistão e encontra-se no ISEP através do MIT Portugal Program (MPP). Está a desenvolver o seu programa de doutoramento no BioMark, com orientação de Goreti Sales e co-orientação de Elvira Fortunato e Manuela Frasco.