Atualmente, o rastreio do cancro da mama é feito através de métodos convencionais relativamente invasivos, com resultados a demorar dias e com custos elevados para os sistemas de saúde.
Com o objetivo de melhorar e tornar mais acessível o rastreio do cancro da mama, um grupo de investigadores do Biomark/ISEP, em parceria com o LabMI e a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, estão a desenvolver um biossensor capaz de, em poucos minutos, determinar se o paciente tem um determinado tipo de cancro de mama, algo que, neste momento, com a tecnologia que dispomos, pode demorar vários dias.
O sensor visa detetar uma proteína que é atualmente utilizada como biomarcador de um subtipo de cancro de mama. Para isto, está a ser desenvolvido um dispositivo colorimétrico em papel, ao qual bastará adicionar uma gota de sangue para perceber se um indivíduo tem esse subtipo de cancro de mama. A análise será tão simples como picar o dedo para medir os níveis de glicose no sangue. Dentro de poucos meses vão iniciar-se os testes em amostras de líquido pleural de doentes oncológicos.
“Este projeto surge da necessidade de dotar os médicos de uma ferramenta que lhes permita em consulta fazer rastreio de cancro de mama. Este dispositivo permitirá saber em poucos minutos se o paciente tem um determinado tipo de cancro de mama. Algo que, neste momento, com a tecnologia que dispomos, pode demorar vários dias. Para além disto, pode ser usado para monitorizar a doença ao longo do tratamento. Será um teste de baixo custo, capaz de rastrear em massa a população”, refere a investigadora Mariana Pinto Sousa do ISEP.
Esta investigação teve como ponto de partida a necessidade de dotar os médicos de uma ferramenta que lhes permita, em consulta, fazer rastreio de cancro de mama. O dispositivo deverá ter um custo máximo de 4 euros e poderá estar acessível nos consultórios.
O trabalho foi premiado com a Bolsa Rubina Barros, um prémio que visa apoiar jovens investigadores com trabalhos a desenvolver em oncologia, no montante de 10.000 euros.