O grupo de investigação BioMark está a desenvolver, com o Centro de Investigação, Desenvolvimento e Inovação da Academia Militar (CINAMIL), um projeto que visa incrementar a qualidade, segurança e defesa alimentar em operações militares – fator crítico para o bem-estar e para a operacionalidade das tropas.

As cozinhas de campanha, pela sua especificidade, carecem de um controlo que garanta a eliminação ou redução dos perigos provenientes das diferentes fontes de contaminação dos alimentos, incluindo da água.

Por isso, a equipa de investigadores está a trabalhar no projeto SIPA - Sistema Integrado de Proteção Alimentar que tem como objetivo o desenvolvimento de uma nova tecnologia que, no local e de forma imediata, permita aferir sobre o grau de risco na produção dos alimentos das refeições dos militares e da qualidade da água, em ambientes hostis.

«Estamos a desenvolver um dispositivo portátil, de baixo custo, e que permita o fácil manuseamento de um sensor de base eletroquímica para a deteção da bactéria E-Coli – principal indicador de contaminação», explica Felismina Moreira, coordenadora do BioMark.

Atualmente, são realizados testes aos alimentos e uma microfiltração da água, mas não há uma tecnologia que valide, em tempo real, a qualidade destes. Segundo Samuel Migueis, Major Médico Veterinário do Exército Português, «a equipa realiza testes e os dados são enviados para os laboratórios em Portugal, o que acaba por ser um processo moroso. Daí pretendermos um biossensor que responda on time e que garanta a segurança dos alimentos e da água».

Esta tecnologia poderá ser implementada em «situações de calamidade pública ou catástrofe, permitindo monitorizar a segurança dos alimentos distribuídos e a potabilidade da água. Estes cenários acontecem, muitas vezes, em países mais desfavorecidos, onde é difícil garantir água potável e refeições seguras».

O projeto SIPA arrancou em 2021 e engloba, ainda, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e a empresa IZUM.