Outro

Alumni Além Fronteiras: Rodrigo Monteiro
26-10-2020

Com apenas 31 anos, Rodrigo Monteiro é diretor de produção metalomecânica na Mota-Engil Angola. Licenciou-se em Engenharia Civil e, mais tarde, voltou ao ISEP para aprofundar conhecimentos com a Pós-Graduação em Cálculo Assistido de Estruturas. A mudança do Porto para Benguela, Angola, foi um grande desafio, muito graças aos traços culturais e visões de vida diferentes.

- Porque escolheu o ISEP para estudar?

Escolhi o ISEP pela reputação e prestígio. É uma instituição de referência mundial na área da Engenharia, muito caracterizada pela sua forte componente prática. Um bom exemplo disso são as referências na área da investigação, como a primeira mulher portuguesa a receber o diploma de cientista-astronauta da NASA, o docente eleito membro do Executive Board da EU-MATH-IN, as premiações aos métodos pedagógicos, etc.

 - Algum docente ou colega que o tenho marcado durante a formação

Sim, tenho como referência máxima na Engenharia o professor Carlos Félix. A amplitude do seu conhecimento é impressionante. Tive a felicidade de me cruzar com o Carlos na licenciatura e na pós-graduação.

- Do que mais sente saudades do tempo de estudante?

Sinto saudades do espírito de camaradagem e entreajuda que existia entre os alunos, de uma forma mais evidente, nas vésperas dos exames, mas também ao longo do ano letivo. Na relação estudante-professor, não havia uma formalidade vincada nem um distanciamento notório, o que facilitava a aprendizagem e a motivação do aluno.

- Desde 2015, assume responsabilidades fora de Portugal. Como foi a integração num país diferente?

A emigração implica sempre sacrifícios e incertezas, uma vez que a adaptação a um novo país, com traços culturais e visões de vida diferentes, é um desafio muito grande. Principalmente quando o percurso é feito de um país desenvolvido para um país subdesenvolvido, onde nos deparamos com situações difíceis e até imagináveis. Contudo, trata-se simplesmente de aprender a viver em conjunto, conhecendo melhor os outros, as suas histórias, as suas tradições e a sua espiritualidade e, a partir daí, criar um espírito novo que leve à realização de projetos comuns ou à solução inteligente e pacífica dos inevitáveis conflitos.

- Que bases e competências-chave adquiriu ao longo da formação e que aplica hoje no seu dia-a-dia profissional?

Penso que a vertente mais prática e objetiva pela qual o ISEP é conhecido nos moldou no sentido de pensarmos e atuarmos dessa mesma forma, mais prática e objetiva na tomada de decisão. A nossa área de atuação é constituída por uma rotina de pressão, devido a prazos e vicissitudes de projeto que carecem constantemente de respostas imediatas. Desta forma, ter discernimento e a aptidão de avaliar e analisar os dados com sensatez e clareza é fundamental.

- O que mais o fascina e motiva no seu trabalho?

Sem dúvida que o que mais me fascina são os desafios e a responsabilidade. E o contexto da experiência internacional que leva ao desenvolvimento pessoal.

- Se pudesse mudar algo no mundo…?

Aproveitando o tema da pandemia que vivemos, espero que esta guerra biológica com a qual fomos surpreendidos seja um ponto de inflexão para o nosso modelo de sociedade. Os valores e prioridades do ser humano têm que ser reavaliados, as crenças e as missões anseiam por uma revisão e haverá necessidade de fortalecermos os valores da solidariedade e empatia, assim como as relações interpessoais.

- Que mensagem gostava de deixar aos futuros engenheiros do ISEP?

A mensagem que deixo aos meus colegas isepianos é que desfrutem ao máximo esse percurso académico. É uma fase muito importante das nossas vidas onde conhecemos excelentes amigos, excelentes professores e profissionais e onde retemos as nossas maiores referências para a vida profissional.