Manuel Cabral Menezes está no 2.º ano da licenciatura em Engenharia Mecânica. O gosto pelo desporto automóvel e a experiência em iniciativas solidárias, leva-o a Marrocos, na equipa "Cabral on the Road", para participar num rally e distribuir material escolar pelas crianças mais necessitadas. A competição está no ADN da sua família há três gerações. Sonha, um dia, fazer o Rally Dakar: "é o grande evento desportivo do ano e acompanho sempre checkpoint a checkpoint".
- Porque escolheste estudar no ISEP?
Foi uma escolha natural. Já sabia que queria Engenharia Mecânica e um curso em que, realmente, pudesse sujar as mãos e não ficar apenas pelos livros.
- Quais foram os principais desafios na integração?
Foi um processo muito natural, sou e vivo no Porto, por isso, continuei a encontrar-me com os meus amigos e, claro, continuo a chegar a casa e tenho o jantar na mesa. O já conhecer ½ dúzia de pessoas no ISEP também ajudou na integração.
- Se pudesses aliar um ou mais cursos ao teu, qual(ais) escolhias?
Tenho algum interesse em algumas cadeiras do curso de Mecânica Automóvel e algo me diz que, mais tarde ou mais cedo, vou fazer uma pós-graduação ou um MBA na área de gestão.
- A competição automóvel está na tua família há três gerações. Contactaste desde pequeno com este mundo?
O meu avô sempre fez rallies, de Isetta, Renault Dauphine, Datsun 1600 e chegou mesmo a correr no mítico Mercedes 300SL. O meu pai cresceu neste ambiente e deu os seus primeiros passos no automobilismo num Ford Fiesta nos Troféus de resistência Monomarca. Mesmo agora, faz rallies e corridas mas apenas com clássicos. Eu cresci a ouvir todas as histórias e peripécias e o bichinho foi crescendo. Lembro-me perfeitamente de acompanhar, no banco de trás, as corridas do meu pai. Os meus irmão também estão ligados aos motores!
- Esta tradição de família acabou por facilitar a escolha da área de estudos?
Sem dúvida! Apesar de, por vezes, não ter "grande jeitinho para a poda", sempre gostei de perceber como as coisas funcionam. Quando era mais novo desmontava tudo e, muitas vezes, depois não as sabia montar. Desde de pequeno que passo muito tempo em oficinas e em ambiente de corridas e perceber como funciona o backstage é um mundo que sempre me fascinou.
- Estás ligado à área de responsabilidade social há vários anos. Qual foi o projeto que mais te marcou?
Desde o 8.º ano que faço visitas periódicas ao Lar das Irmãzinhas do Pobres, e, com o passar dos anos, comecei a fazer Rondas de Sem Abrigo. Neste momento sou animador na Paróquia de Cristo Rei e faço parte da Associação Impac’tu que apoia juridica e socialmente famílias do Centro Histórico do Porto e já estive em duas Missões País. Tenho que destacar a Missão Resende, pois foi um projeto que criei juntamente com um grupo de amigos e conseguimos levar 40 jovens, em agosto, para o interior do país para ajudar a combater a solidão da população residente.
- A participação no UniRaid junta duas paixões: desporto automóvel e solidariedade. Como surgiu a ideia de participares?
Numa festa, um amigo partilhou que ia participar no UniRaid, mas, entretanto, foi convidado para ser Chefe Geral da Missão País da faculdade e não conseguia conciliar os dois projetos. Eu achei esta iniciativa muito interessante e, como era para universitários, falei com o Alexandre, que vai embarcar comigo nesta aventura, e que também adorou o projeto. Aconteceu tudo de forma espontânea!
- Se pudesses mudar algo no mundo…?
Mudava as pessoas que colocam o leite antes dos cereais!
- Que mensagem gostavas de deixar aos futuros engenheiros do ISEP?
Não se fiquem só pela faculdade, agarrem-se a outras coisas! Sejam ativos em algum projeto que gostem fora da Universidade.