Investigação

Diagnóstico precoce de tromboembolismo venoso em doentes com cancro
14-09-2018

O Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), através do grupo de I&D BioMark / Sensor Research, lidera o projeto STRIP2SENSE, para o desenvolvimento de tiras de teste para rastreio e diagnóstico precoce de biomarcadores de tromboembolismo venoso em doentes oncológicos. Trata-se de uma tecnologia inovadora, portátil, de baixo custo, de atuação rápida e em tempo-real.

O tromboembolismo venoso inclui a trombose venosa profunda e a embolia pulmonar, sendo caraterizado pela formação de coágulos que impedem a normal circulação do fluxo de sangue. A biologia do cancro e as abordagens terapêuticas estão relacionadas com processos de coagulação, resultando num problema clínico devido ao risco acrescido de pacientes oncológicos desenvolverem esta patologia, facto que poderá agravar o prognóstico do cancro. Neste contexto, é importante a criação de novos dispositivos que permitam diagnosticar precocemente, e com maior exatidão, o tromboembolismo venoso.

O projeto STRIP2SENSE propõe o desenvolvimento de tiras de teste descartáveis para detetar níveis alterados de determinados biomarcadores em fluídos biológicos, e, assim, determinar o risco de doentes oncológicos apresentarem tromboembolismo venoso. A tecnologia sensora presente nas sondas é inovadora, uma vez que permite atingir baixos níveis de deteção, sendo não invasiva e de baixo custo”, explica Manuela Frasco, investigadora do BioMark / Sensor Research.

Com esta solução, pretende-se melhorar a qualidade de vida e o tempo de sobrevida dos pacientes. Ao mesmo tempo, é expectável a sua contribuição para uma gestão mais eficaz dos recursos dos sistemas de saúde. “A tecnologia sensora proposta no STRIP2SENSE pode auxiliar a tomada de decisão clínica em termos de profilaxia ou tratamento de doentes oncológicos, visto que pode ser usada na consulta ou no local de prestação de cuidados, obtendo-se os resultados em tempo real. Portanto, trata-se de um dispositivo de diagnóstico que converge com as necessidades atuais de rapidez, portabilidade e personalização de cuidados médicos”, destaca Manuela Frasco.

O projeto arrancou oficialmente em outubro do ano passado e vai prolongar-se até abril de 2019. Além do ISEP, que lidera a investigação, estão envolvidas as seguintes entidades: Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) e o Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL). O STRIP2SENSE dispõe de um orçamento total de 150 mil euros, provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).