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Aprender a ler o mundo em África
23-04-2018

Pedro Moreira, licenciado e mestre em Engenharia Geotécnica e Geoambiente, já esteve a viver e trabalhar em cinco países diferentes no continente africano.  A par da oportunidade de visitar locais fantásticos, estas experiências têm-lhe ensinado, sobretudo, a valorizar mais aquilo que se tem. Hoje em dia, exerce funções como Diretor Técnico de Pedreiras e Centrais de Britagens na CHEC – China Harbour Engineering Company, no Gana.

Viver em África é uma experiência substancialmente distinta de viver na Europa. As primeiras imagens que inundam a nossa mente poderão aludir a selvas e animais dignos de um qualquer programa da “BBC Vida Selvagem”, mas África é muito mais que isso. Ao mesmo tempo, existem cidades como a capital do Gana – Acra – que se distinguem pelo seu potencial turístico, comercial e industrial. A maior e mais conhecida urbe ganesa é também a casa da família do engenheiro português, Pedro Moreira. Com 37 anos, o seu currículo conta com diversas vivências internacionais, incluindo Congo, Argélia, Cabo Verde e Angola.

“Comecei a minha experiência além-fronteiras sozinho, onde fui quase sempre integrado em equipas multidisciplinares oriundos doutros países, facto que serviu como uma escola na obtenção de novas perspetivas. Tenho passado por vários destinos em África, o que nos dá uma visão díspar da que temos quando trabalhamos em Portugal. As diferenças culturais e sociais são muitas, mas agora tenho a minha família comigo. Para além disso, a verdade é que esta vida de emigrante no continente africano ensina antes de mais a sobreviver, mas também a dar valor ao que temos e a ‘ler’ o mundo doutra forma”, explica o atual Diretor Técnico de Pedreiras e Centrais de Britagens na CHEC, no Gana.

Apesar das evidentes diferenças, Pedro Moreira tem aproveitado para conhecer e desfrutar dos encantos naturais de África. “Tenho visitado locais fantásticos como o caso de Cape Town [África do Sul], o Parque Natural do Etosha [Namíbia], ou ainda o Parque Nacional de Kakum [Gana], onde se encontra uma vasta biodiversidade", acrescenta. Natural de Gondomar, o engenheiro português confessa que tem saudades de casa, da cidade do Porto e, claro, dos saborosos típicos pratos nacionais. No entanto, a ideia é permanecer ‘fora de portas’ mais uns tempos, usufruindo, enquanto isso, das leituras da vida e do mundo que só quem vive em África poderá compreender.

Ligado a diversos projetos de obras marítimas e captações de água, o antigo estudante confessa que o Instituto Superior de Engenharia do Porto foi fundamental para o seu crescimento profissional. “Concluir uma Licenciatura ou um Mestrado no ISEP, é o mesmo que nos formarmos em ambiente empresarial, uma vez que os cursos são lecionados com uma enorme vertente prática [sendo por estágios, protocolos com empresas ou mesmo por frequentes visitas de estudo]. Aliado a este facto, está a vasta experiência dos docentes, em que a maior parte possui um currículo empresarial, pelo que esses conhecimentos são também passados aos estudantes”, declara.

Além das memórias da qualidade do ensino praticado, guarda com saudades e carinho as recordações ligadas aos seus antigos colegas de curso. Com o objetivo de minorar a distância física que o tempo e o espaço interpõem continua a acompanhar de perto a instituição. “Sigo as publicações do ISEP através do seu site e Portal, bem como pelo contacto com alguns docentes”, afirma Pedro Moreira. Por fim, deixa também uma mensagem aos atuais estudantes: “Aprendam a trabalhar em equipa, visto que é uma condição fundamental, caso encarem a possibilidade de uma carreira internacional.”