Uma equipa de 24 portugueses, que envolve investigadores do INESC TEC, incluindo seis com afiliação ao Centro de Robótica e Sistemas Autónomos (CRAS) sediado no ISEP (Alfredo Martins, Eduardo Silva, Guilherme Amaral, Hugo Ferreira e José Almeida), bem como do Centro de Investigação Tecnológica do Algarve (CINTAL), passou à final de uma competição internacional, que visa desenvolver tecnologias para recolha de informações e mapeamento do mar profundo.
A “$7M Shell Ocean Discovery XPRIZE” foi lançada em 2016, perspetivando o colmatar de lacunas existentes, as quais se centram sobretudo na informação que há sobre o mar. Atualmente, conhecemos melhor a lua do que o mar. Neste contexto, a competição desafia os participantes a avançar com tecnologias de águas profundas para a exploração do oceano, de uma forma autónoma, rápida e com alta resolução.
Numa primeira fase, esta iniciativa global arrancou com 30 equipas, mas antes disso houve um criterioso processo de seleção, pelo que de há um ano a esta parte o número reduziu para um total de 19. De momento, restam apenas nove grupos a concurso, sendo quatro europeus (Portugal, Suíça, Alemanha e Reino Unido), um japonês e quatro norte-americanos. Com esta passagem à final, a equipa portuguesa denominada PISCES, e que e conta, recorde-se, com a participação de investigadores afiliados ao ISEP, assegurou já um prémio de cerca de 90 mil euros.
No âmbito do “$7M Shell Ocean Discovery XPRIZE”, a equipa portuguesa criou o submarino DART, que transporta sonares, câmaras de vídeo e luzes e, com isso, recolhe cartografia do fundo do mar e imagens. Os desafios passam por lançar o veículo a partir da costa, o qual deverá depois retornar, bem como garantir a sua localização quando este este se encontra a quatro quilómetros de profundidade. Para além disso, foram desenvolvidos três barcos: um que leva o submarino ao mar e os outros dois para funcionarem como uma espécie de GPS.
As equipas que passaram à final receberam os prémios, na semana passada, num evento realizado em Londres (Inglaterra). Até ao final do ano está prevista a realização de mais testes, estando aponte para dezembro a entrega do prémio final. Este feito representa o culminar de um esforço de muitos anos em prol da pesquisa do meio aquático, no qual o CRAS/ISEP tem assumido um importante papel.