O evento “Smart Cities e Smart Grids”, 5.ª conferência do ciclo “Engenharia em Movimento”, trouxe mais de três centenas de pessoas à sala do Auditório Magno do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), no passado dia 17 de maio. O debate contou com figuras influentes da área, que apresentaram diferentes perspetivas e eventuais soluções.
Na conferência evidenciou-se a forte ligação bilateral que une o ISEP à cidade Invicta. Durante a sessão de apresentação, o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, destacou a relevância portuense no cenário da implementação das Cidades e Redes Inteligentes ao nível europeu. “O ISEP é um claro exemplo de desafio tecnológico”, considerando fulcral o apoio de instituições de ensino e investigação na melhoria e repercussão das “Smart Cities”.
Por sua vez, o engenheiro e docente do ISEP, Roque Brandão, realçou a pertinência da vinda do autarca. “Fez todo o sentido a presença de Rui Moreira, isto porque o Porto está muito ativo nesta temática, tendo apresentado os progressos levados a cabo na área. Também falou na necessidade de melhorar a gestão das cidades. Por isso, quero salientar uma frase que ele disse: ‘não é só aquilo que nós pedimos, mas também o que as instituições nos pedem a nós’. É importante haver esta sinergia entre academia e gestão pública”, comentou.
O responsável pela organização do ciclo de conferências “Engenharia em Movimento” salientou a presença de cerca de 80 entidades externas ao ISEP, entendendo que o número mencionado “mostra a importância deste tipo de eventos”. Neste âmbito, aproveitou ainda para louvar as participações de empresas de renome como a IBM ou a Vodafone no painel das “Smart Cities e Smart Grids”.
Cidades Inteligentes na Música e um mar vasto de possibilidades
Além de António Pires (IBM Portugal), outro grande nome presente na iniciativa associado à promoção tecnológica e das telecomunicações no País, foi Mário Peres. O Country Manager da Vodafone apresentou oficialmente o conceito de “Smart City Rock”, ou seja a primeira cidade inteligente de rock no mundo. Desta forma, a Vodafone trouxe até nós uma perspetiva completamente diferente das demais, provando que o conceito de “smart city”, normalmente utilizado na gestão urbana, também pode ser aplicado a “cidades” provisórias.
“A organização do Rock in Rio é pautada, desde há muitos anos, por trazer um conjunto de tecnologias, de novas ideias, que mais tarde vêm a ser replicadas pelos demais, é uma tendência que se vai criando. Neste aspeto, o Rock in Rio é excelente porque, como não é um evento estritamente nacional, todas as soluções têm repercussão a nível internacional”, afirmou. Mário Peres aproveitou a ocasião para congratular o ISEP pela realização de uma conferência subordinada à temática das Cidades e Redes Inteligentes.
Por outro lado, a docente do ISEP e diretora do GECAD (Grupo de Investigação em Engenharia e Computação Inteligente para a Inovação e o Desenvolvimento), Zita Vale, proporcionou à plateia e media presentes uma visão mais académica sobre o assunto. Tendo a área da Energia como um dos seus ramos de especialização, a investigadora frisou que se está ainda numa “fase embrionária, mas repleta de ideias” no que concerne à evolução das Smart Cities e Smart Grids.
Zita Vale disse também que o ISEP pode, claramente, assumir uma posição de destaque a este nível: “Temos trabalhado em várias áreas, desde a energia, ao turismo, à gestão de recursos e gestão ambiental. Por isso, existe uma multiplicidade de áreas em que o ISEP pode contribuir de forma singular e muito importante para a realização concreta de Cidades Inteligentes.”
Acresce mencionar a intervenção de outro orador-convidado, o blogger e profissional do mundo da Comunicação, Vítor Pereira (Conteúdo Chave). No seu entender, “uma cidade inteligente é também aquela que consegue evidenciar as suas potencialidades”. Neste sentido, apresentou diversos exemplos de cidades espalhadas por todo o mundo que souberam tirar proveito das suas diferenças e fragilidades para criarem valor.
A conferência “Smart Cities e Smart Grids” revelou-se, assim, mais um espaço de debate, com enfoque na Engenharia, numa tentativa de desmistificar temas atuais e promover o envolvimento da comunidade académica, empresarial e da sociedade em geral. Com o ciclo “Engenharia em Movimento” o ISEP tem vindo a elevar, ainda mais, o seu nome como escola de engenharia no País.