Investigação

Estudante projeta plataforma robótica móvel para movimentação autónoma
12-04-2016

Francisco Pinheiro é o autor do projeto “Desenvolvimento de Plataforma Robótica Móvel para Movimentação Autónoma em Ambiente Estruturado”, produzido no âmbito da unidade curricular Projeto/Estágio do 3.º ano da Licenciatura em Engenharia Eletrotécnica de Computadores. O trabalho obteve nota de distinção, ao ser avaliado com 20 valores. Apesar dos resultados terem sido apresentados em novembro, o estudante não se deixou ficar por aí, continuando a empenhar-se na constante melhoria do Tobor, como carinhosamente apelidou o seu robô. Agora, a grande ambição passa pela participação no Festival Nacional de Robótica do próximo ano.

O projeto nasceu com o objetivo de se desenvolver um sistema autónomo capaz de controlar a deslocação de uma plataforma robótica em ambientes estruturados. Sob a orientação do Professor José Almeida, o estudante do ISEP lançou o mote para a obtenção de um produto de baixo custo, mas suficientemente eficaz para cumprir todos os seus propósitos. “O conceito permitiu a fusão de várias áreas de conhecimento, nomeadamente eletrónica, programação, sistemas digitais, sistemas embebidos, eletrónica de potência, entre outros.”, conta Francisco Pinheiro, acrescentando: “Pretendeu-se obter caraterísticas escaláveis, de modo a que as soluções desenvolvidas, sobretudo na ótica da aplicação, sejam facilmente transferidas para outras plataformas físicas.”

Esta área, em particular, apresenta-se como fonte atrativa de investimentos, uma vez que as plataformas robóticas estão cada vez mais presentes no quotidiano. O desenvolvimento de trabalhos em linhas produtivas a nível industrial, a prestação de serviços, o patrulhamento remoto ou a inspeção em zonas de perigo são apenas alguns exemplos da representatividade da implementação dos robôs.

De momento, o estudante está a frequentar o Mestrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores – Sistemas Autónomos, onde tem munido esforços no sentido de ultrapassar alguns constrangimentos e aprofundar as capacidades da sua plataforma. “Atualmente, o projeto encontra-se na fase de transição entre as soluções de baixo nível associadas à locomoção com as aplicações de mais alto nível, associadas à fusão sensorial [sensores inerciais e visão]. A ideia é a implementação de filtros associados à estimação e desenvolvimento de algoritmos orientados à obtenção de features através de sensores óticos”, explica.

Em jeito de conclusão, o mestrando salienta a importância do desenvolvimento de projetos deste género, destacando a relevância do ISEP na matéria. “Muitos trabalhos surgem num contexto que tenta abraçar o melhor de dois mundos: a vertente académica com a de negócio. Considero que é neste âmbito que o ISEP tem e terá uma palavra a dar na oferta formativa de grau superior. Será através da promoção de projetos de investigação das mais variadas áreas que se criarão condições para encubar um possível produto e, quem sabe, dar origem a mais um exemplo de sucesso empresarial com a chancela do ISEP”.