Em outubro de 2015 realizar-se-á no ISEP a terceira edição da conferência TEEM, onde, entre outros temas, se irá abordar a ligação entre o contexto académico e o contexto empresarial e a forma como os alunos vivenciam esta transição.
A realização de estágios curriculares em contexto real de trabalho tem vindo a ser dinamizada na licenciatura em Engenharia Química, desde 2006/07. A possibilidade dada aos alunos de terem uma primeira experiência profissionalizante enquanto estudantes surge como uma das grandes mais-valias do plano de estudos. Para além da formação técnica e científica que os alunos podem adquirir ou aprofundar, observa-se um enriquecimento generalizado e muito notório em termos de competências ditas transversais.
«Para otimizar a experiência e os benefícios para as empresas e estudantes, os responsáveis do curso e da unidade curricular incentivam os alunos a desenvolverem o seu trabalho na instituição acolhedora quatro dias por semana, em horário idêntico ao dos outros colaboradores. O estágio curricular em empresas não é obrigatório, mas é a opção preferida pelos estudantes», indica Isabel Brás Pereira, professora do Departamento de Engenharia Química.
Em alternativa os alunos podem optar por fazer um trabalho de projeto de engenharia, no ISEP. A título ilustrativo, em 2012/13, dos 47 finalistas da licenciatura em Engenharia Química que foram avaliados à unidade curricular Projecto/Estágio, 22 (47%) fizeram estágio curricular. No ano lectivo seguinte, dos 61 alunos que foram aprovados nesta unidade curricular, 42 (perto de 70%) realizaram estágio. No ano lectivo em curso, dos 56 alunos a frequentar a unidade curricular, 49 (87,5%) optaram por realizar estágio curricular.
«Atendendo à procura crescente por parte dos estudantes, o leque de empresas acolhedoras tem vindo forçosamente a aumentar em número e diversidade de setores», aponta Paulo Silva, diretor da licenciatura em Engenharia Química.
A identificação de organismos acolhedores tem sido feita graças ao empenho de alguns dos estudantes, que fazem a sua própria pesquisa, e sobretudo aos contactos estabelecidos pelo corpo docente.
«Salienta-se que os resultados muito positivos deste tipo de parcerias, ao longo dos últimos anos, têm permitido a renovação de estágios num conjunto significativo de empresas que se mantêm interessadas em receber os nossos alunos, ano após ano. É de referir também que, em alguns casos, os diplomados têm sido convidados para trabalhar na Empresa onde realizaram o seu Estágio, após a conclusão do curso», refere Isabel Brás Pereira.
O diretor da licenciatura enaltece ainda «os resultados muito positivos das avaliações que os responsáveis das empresas têm feito do trabalho dos nossos alunos. Esta combinação de fatores leva-nos a concluir que este tipo de parcerias é muito importante».
Os estágios reforçam e complementam competências que os estudantes desenvolveram na escola e possibilita uma introdução ao mundo real e aos reais desafios das empresas. Estas experiências permitem que os finalistas participem ativamente na resolução concreta de problemas ou na concretização de determinados objetivos, dando às empresas um apoio importante e reforçando o “diálogo” académico-empresarial.
«Estas interações permitem identificar possíveis ajustes e atualizações pertinentes dos conteúdos programáticos de algumas unidades curriculares e dá a conhecer o ISEP e potencialidades da inovação tecnológica a novos parceiros», conclui Paulo Silva.
Fazendo um balanço, ambos os docentes indicam que todos os intervenientes – estudantes, empresas e instituição de ensino – saem a ganhar com todo este processo, que deve ser continuado e fortalecido.
Estas e outras ideias serão debatidas na TEEM 2015.