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MONITORIZAÇÃO E CONTROLO DE TEMPERATURA DE UM TERRÁRIO NO ZOO DA MAIA
17-07-2014

Projeto final da licenciatura em Engenharia de Instrumentação e Metrologia apresenta solução para monitorização e controlo da temperatura de um terrário de répteis. O estudo de Pedro Santos foi desenvolvido ao abrigo da unidade curricular de projeto/estágio junto do Zoo da Maia.

A monitorização e o controlo da temperatura dos animais que vivem nos reptilários de jardins zoológicos são determinantes para a sobrevivência e reprodução dessas espécies. Partindo deste desafio, Pedro Santos desenvolveu um protótipo que implementa mais-valias da engenharia.

«O protótipo desenvolvido integra um termístor NTC, como elemento sensor, e um microcontrolador Arduino para aquisição e controlo, sendo encapsulado no interior de uma caixa estanque para resistir às condições de humidade. Foram também desenvolvidas uma base de dados e uma interface web com o MySQL para permitir a aquisição remota, manipulação e visualização dos dados em tabelas ou gráficos», indica o jovem engenheiro de Instrumentação e Metrologia do ISEP.

Pensado e desenvolvido no ISEP, o sistema foi calibrado no Laboratório de Metrologia da Temperatura, do Centro de Apoio Tecnológico à Indústria Metalomecânica (CATIM) e implementado num terrário de répteis do Zoo da Maia, onde monitorizou a temperatura durante duas semanas.

«Os valores de temperatura encontraram-se dentro do intervalo ideal para a espécie de cobra Real da Califórnia (22 a 32 graus Celsius), obtendo-se uma média de 27,0ËšC, uma temperatura mínima registada de 24,7ËšC e uma máxima de 29,4ËšC», refere Pedro Santos.

Apesar desta tecnologia ter validado a temperatura, permitiu detetar um grande ciclo de aquecimento/arrefecimento ao longo de cada dia (aproximadamente 4ºC). ESTAS variações podem influenciar o comportamento e saúde dos animais e não eram conhecidas.

«Com a monitorização implementada, os técnicos do Zoo da Maia poderão avaliar e controlar melhor a temperatura dos vários terrários e das incubadoras de répteis, anfíbios e de algumas aves, melhorando a qualidade de vida e a reprodução dos animais. A flexibilidade do sistema desenvolvido permite ainda a sua aplicação a outros locais, como clínicas veterinárias, estufas, biotérios e aquários», destaca Pedro Santos.

O protocolo estabelecido com o ISEP representou a primeira parceria do Zoo da Maia com uma escola de engenharia. Pedro Santos encontra-se atualmente a frequentar o mestrado em Engenharia de Instrumentação e Metrologia.