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Investigação Eruptiva: Novas paisagens da investigação no ensino e na aprendizagem
05-11-2025

Investigação Erup¬tiva: Novas paisagens da investigação no ensino e na aprendizagem

Vai decorrer, no próximo dia 12 de novembro, às 16h00, mais uma sessão dos ISEP Webinars, organizada pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).

Este seminário, apresentado por Pamela Burnard, tem como tema “Investigação Erup­tiva: Novas paisagens da investigação no ensino e na aprendizagem”.

 

Para aceder ao seminário clique aqui.

 

Resumo

Ursula K. Le Guin foi uma autora revolucionária, amplamente reconhecida pelas suas contribuições à ficção especulativa, em particular à ficção científica e à fantasia. As suas obras — como a série “Earthsea, The Left Hand of Darkness” (1969) e “The Word for World is Forest” (1972) — desafiaram as narrativas convencionais e exploraram temas complexos como o género, a política do colonialismo e do capitalismo, e o significado de ser humano num mundo cada vez mais desumanizado. Le Guin escreveu frases, tais como:

“A resistência e a mudança começam frequentemente na arte, e muito frequentemente na nossa arte, a arte das palavras.” (2014).

“Um escritor é alguém que se importa com o que as palavras significam, o que dizem e como o dizem. Os escritores sabem que as palavras são o seu caminho para a verdade e para a liberdade, e por isso usam-nas com cuidado, com reflexão, com receio, com deleite.” (2024).

“É sempre mais fácil não pensar por conta própria. Encontra-se uma hierarquia segura e instala-se nela. Não se fazem mudanças, não se arriscam desaprovações, não se incomodam os superiores. É sempre mais fácil deixar-se governar.” (1974, p. 151).

Embora Le Guin fale explicitamente do trabalho dos escritores, somos todos atraídos pelas suas palavras porque nelas reconhecemos verdades que se aplicam ao nosso trabalho enquanto investigadores educacionais e professores-investigadores — e pela nossa crença no poder transformador da investigação erup­tiva e na sua capacidade de desafiar e mudar o status quo nas salas de aula, nos currículos e nas comunidades.

Durante esta palestra, convidarei o público/participantes a recordarem a última vez que experienciaram uma “erupção” ao estilo de Le Guin na vossa investigação, no vosso ensino ou no vosso trabalho — um momento em que foram um vulcão. Quando foi a última vez que

sentiram uma mudança tão profunda que o solo pedagógico ou disciplinar sobre o qual viveram, aprenderam e amaram foi abalado até ao seu núcleo e transformado de forma irreversível? Como foi erguer-se das cinzas?

Esta palestra será interativa e incluirá, também, a apresentação de um livro recentemente publicado, intitulado “Eruptive Research: Changing Landscapes on Research in Teaching and Learning”. Convidarei, ainda, à discussão sobre o poder de ousar fazer, escrever, ler e reler a investigação de forma erup­tiva.

 

Short bio

Pamela Burnard é Professora de Artes, Criatividades e Educação na Faculdade de Educação da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Publicou 25 livros e mais de 120 artigos que contribuem para o avanço da teoria e da prática da pluralização e avaliação das criatividades em diversos setores da educação e da indústria — incluindo a educação pré-escolar, básica, secundária, profissional e superior —, bem como nas indústrias criativas e culturais.

Os seus projetos financiados, atualmente, incluem: “Choices, Chances and Transitions around Creative Further and Higher Education” (financiado pela The Nuffield Trust). Entre os seus livros mais recentes destacam-se: “Eruptive Research: Changing Landscapes on Research in Teaching and Learning” (Brill-i-Sense, 2025); “Inclusion and Healing in Schools and Beyond” (Oxford University Press, 2023); “The Routledge Companion to Creativities” (Routledge, 2023); “Sculpting New Creativities in Primary Education” (Routledge, 2022); e “Why Science and Arts Creativities Matter” (Brill-i-Sense, 2020).

Estas, e outras publicações, fornecem evidência empírica sobre o porquê e o modo como diversas formas de criatividade se manifestam de forma única nas práticas culturais, nas indústrias criativas e nos diferentes níveis de ensino.

É membro da Royal Society of Arts, do Chartered College of Teaching e da International Society for the Study of Creativity and Innovation. Pamela Burnard é, ainda, Professor-in-Residence e membro do conselho diretivo da University of Cambridge Primary School e integra, também, o conselho do DaVinci Life Skills and Biophilia Education Institution, do Global Institute of Creative Thinking e do Centre for Excellent Education, na Noruega, dedicado ao uso criativo das tecnologias.