Realiza-se, no próximo dia 17 de outubro, pelas 14h30, o seminário “Modelling Observed Data from a Latent Stochastic Spatial Process”, organizado pelo Laboratório de Engenharia Matemática (LEMA) do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).

O evento é presencial, na sala H211 do ISEP, e terá transmissão online, através da plataforma zoom.

Inscrição gratuita e obrigatória aqui

A oradora é Raquel Menezes, docente da Universidade do Minho e investigadora do Centro de Matemática (CMAT).

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Resumo:

Os modelos geoestatísticos tornam-se importantes na presença de dados georreferenciados, associados a uma variável de interesse que pode, em teoria, ser medida em qualquer local na área de estudo. Deve-se então assumir a existência de um processo estocástico indexado num espaço contínuo e a correlação espacial deve ser tida em conta. Estes modelos podem ser alargados para incluir o tempo, se se tiver dados recolhidos numa dada região em diferentes momentos.

Em Portugal, a distribuição espacial e a abundância das principais espécies de peixe com interesse comercial são, na sua maioria, desconhecidas, e há muitas questões em aberto sobre a sustentabilidade das pescarias. Os modelos geoestatísticos, apoiando-se em informações provenientes de campanhas científicas ou da pesca comercial, tornam-se ferramentas úteis para a avaliação da distribuição das espécies. Os dados dependentes das pescarias apresentam vantagens, nomeadamente uma maior facilidade de obtenção e uma melhor cobertura da dimensão temporal, mas podem originar dúvidas sobre se a representação da região de estudo é a adequada. Os movimentos dos pescadores são guiados por algum conhecimento prévio dos locais onde se espera encontrar as espécies alvo, pelo que os dados que compõe a amostra não representam de modo igual toda a área de estudo. Este problema tem sido denominado de Amostragem Preferencial (Diggle, Menezes and Su, 2010). 

Espera-se que a modelação conjunta de dados provenientes de diferentes fontes, as pescarias (amostragem preferencial) e as campanhas científicas (amostragem não-preferencial), sejam uma situação vantajosa, apesar da complexidade associada, e que permitam a construção de mapas mais precisos para a abundância de espécies comerciais ao longo da costa portuguesa.

Este projeto conta com a colaboração da Divisão de Modelação e Gestão dos Recursos da Pesca do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Biografia:

Raquel Menezes é professora associada com agregação do Departamento de Matemática da Universidade do Minho e investigadora do Centro de Matemática desta universidade. Os seus principais interesses de investigação são Estatística Espacial e Temporal, e as suas aplicações.

Tem atuado como investigadora principal de projetos financiados pela Agência Nacional Portuguesa de Financiamento para a Ciência, Investigação e Tecnologia, e é membro de outros projetos financiados. Nos últimos 10 anos, supervisionou 5 estudantes de doutoramento e publicou cerca de 30 artigos em periódicos internacionais revistos por pares.