Lilian Cabral chegou a Portugal com 12 anos e já sabia que queria estudar engenharia. Licenciou-se em Engenharia Mecânica no ISEP e continuou os estudos em vários países. Lilian vive, atualmente, em San Diego, nos Estados Unidos, e atua como Business Intelligence Consultant. A sua principal função é ajudar as empresas a entrar no mercado global de energias renováveis, encontrando as melhores estratégias e abordagens para explorar e desenvolver negócios. 

- Como surgiu o interesse pela engenharia?

Lembro-me que, em criança, fui em uma grande loja de brinquedos e fiquei fascinada quando vi um jogo que podíamos fazer experiências – sermos mini cientistas. A partir daí, surgiu meu interesse em criar e descobrir coisas novas. Matemática, física e geometria descritiva eram as disciplinas que mais gostava na escola e passava horas me divertindo com os exercícios. Fui também muito influenciada pelo meu pai que, desde o início, me incentivou a escolher engenharia.  

- Porque escolheu o ISEP?

Cheguei em Portugal com 12 anos e concluí o liceu em Setúbal. Nessa altura, minha família mudou-se para a Póvoa de Varzim e decidi candidatar-me ao ensino superior no Norte de Portugal. O ISEP foi a minha primeira opção, pois tinha ótimas referências e, também, queria uma vertente mais técnica. Não me arrependi por nenhum segundo – fui muito bem acolhida pelo Instituto e construí uma família de amigos com quem tenho contato até hoje!

- Que bases e competências adquiriu no ISEP e que aplica hoje no seu dia-a-dia profissional?

Uma das principais bases que o ISEP me ensinou foi resolver problemas e superar desafios – hoje, a palavra que levo comigo no meu dia a dia é Resiliência. Quando entramos no ensino superior, somos muito jovens e, de repente, precisamos aprender a viver sozinhos, as responsabilidades aumentam, bem como a exigência com os estudos. Tenho muito orgulho em ter escolhido o ISEP para me preparar para a minha vida profissional.

- A Lilian estudou em várias universidades de diferentes países. O que destaca desta experiência internacional?

Ter tido essa oportunidade foi algo que me trouxe uma visão cultural de como o mundo funciona e está conectado. A oportunidade que tive em passar um ano em Erasmus na Itália, ou de continuar meus estudos no Brasil, me trouxe a bagagem necessária para hoje desempenhar minhas funções como desenvolvedora de negócios em energias renováveis e me relacionar com Americanos, Europeus e Brasileiros.

- O que mais a motiva no seu trabalho?

O principal é saber que estou colaborando com a saúde do nosso planeta. As energias renováveis, principalmente eólica e solar, vieram para ficar e estão em expansão. A participação das fontes renováveis na matriz elétrica no Brasil é cerca de 80%. E, hoje, ocupamos a sétima posição no ranking mundial, como aqueles com maior capacidade de energia eólica instalada. Minha maior motivação é continuar compartilhando conhecimento e ver esse mercado crescer, levando energia limpa para todos.

- Qual é a sua filosofia de vida?

Felicidade é a capacidade de se adaptar ao ambiente em que se vive! Trago esse conceito para a minha vida pessoal e profissional.

- Se pudesse mudar algo no mundo…?

Pode parecer um pouco clichê, mas, se pudesse, resolveria os problemas relacionados com a saúde e violência.

- E que mensagem gostava de deixar aos futuros engenheiros do ISEP?

Primeiro, aproveitem cada minuto da vida de universitários, com responsabilidade e diversão. Segundo, e não menos importante, preparem-se para o mundo profissional, que está cada vez mais exigente e dinâmico. Ter um segundo/terceiro idioma não é mais um diferencial, mas sim uma exigência. Realizar suas atividades com prazer, ser criativo, ter empatia e pensamento crítico são outras competências que continuarão a ser muito exigidas e te levarão ao destaque em sua carreira.