Estudar

Alumni Além Fronteiras: Carlos Cardoso
31-07-2019

Carlos Cardoso formou-se em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores no ISEP. Hoje é responsável pelo Departamento Elétrico e de Automação Industrial na Huntsman Advanced Materials, no Reino Unido. É natural do Porto e está há mais de 12 fora a trabalhar fora de Portugal. Confessa ter saudades da comida portuguesa e, apesar de pensar em regressar, adia a ideia por se sentir bastante integrado e com um emprego à altura. O seu maior sonho é ver chegar a oportunidade para se dedicar, a tempo inteiro, às energias renováveis.

- Porque escolheu o ISEP para estudar? 

Pela reputação e pelo foco em ligar a prática da Engenharia à teoria, algo que sempre senti ser um ponto forte do ISEP.  

- Algum colega ou docente que o tenha marcado?

O professor João Paulo Batista é um dos professores que mais me marcou, pela clareza com que ensinava sistemas baseados em microcontrolador. Outro professor, em particular, que se destaca na minha memória é o Avelino Marques, devido ao conhecimento profundo de eletrónica ao nível dos componentes. 

- Se fosse hoje, voltaria a optar pelo mesmo curso? 

Admito que fui ver os planos de estudos antes de responder, e sim, escolheria o mesmo curso. Acho que o plano de estudos é bastante bom para os desafios da Engenharia dos dias de hoje. 

- Do que mais sente saudades do tempo de estudante? 

De quão lento o tempo passava e das possibilidades que se abriam no dia-à-dia, por vezes, sem darmos conta. 

- Que bases e competências-chave adquiriu ao longo da formação e que aplica no dia-a-dia?

Devido à área que segui profissionalmente, a teoria por detrás de sistemas digitais e baseados em microcontroladores foi a base mais importante para o meu desenvolvimento profissional. No entanto, diria que aplico, diariamente, muitas das bases que adquiri no ISEP. 

- Como foi a integração num país diferente?

Em 2007, deixei Portugal para trabalhar na Noruega. Desde então também vivi na Coreia do Sul, Singapura, Londres, algures ao largo de Angola, em navios, e no Reino Unido. Nunca é fácil integrarmo-nos quando saímos, pela primeira vez, do nosso país. Há costumes diferentes, podemos não falar a mesma língua e, dependendo do tempo de espera do visto, pode ser complicado até receber o salário. Mas, após essa primeira experiência, torna-se mais fácil e, regra geral, a maior parte das empresas dedica bastante tempo a apoiar a integração.

- Que país o marcou mais e porquê?

É difícil salientar um único país, pois todos têm algo de excecional. Diria que, em termos profissionais, a Noruega marcou-me de forma positiva graças à maneira de estar. O trabalho não é apressado e o ambiente é extremamente descontraído. Em termos pessoais, acho que foi mesmo África do Sul e Moçambique, devido à beleza natural de vários sítios por onde passei.

- A nível pessoal e profissional, qual é a sua filosofia?

Tudo é possível, apenas pode demorar mais tempo a realizar.

- Se pudesse mudar algo no mundo, o que seria?

A atitude. A atitude que, mesmo inconsciente, as pessoas têm com o mundo que as rodeia, principalmente com o ambiente e animais.

- Que mensagem gostava de deixar aos futuros engenheiros do ISEP? 

Não tenham medo de se aventurarem. Quer na vossa carreira, seguindo áreas ou indústrias diferentes do que estudaram ou pensaram trabalhar, quer na vossa localização... O mundo está cheio de oportunidades e a formação no ISEP abre imensas portas além-fronteiras.