Fabio Tempel é mestre em Engenharia Electrotécnica – Sistemas Elétricos de Energia, ao abrigo dum programa de dupla titulação entre o ISEP e a Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), no Brasil. Com 27 anos, já passou pelo Porto e, mais recentemente, pelo Médio Oriente para onde partiu em busca de novas perspetivas profissionais.
Quando atravessou o Oceano Atlântico para rumar a Portugal, Fabio Tempel estava longe de imaginar que o seu percurso poderia culminar, em termos laborais, não no Porto, mas em Tel Aviv (Israel). Como estudante de dupla titulação, o jovem abraçou a sua passagem pelo ISEP com empenho e dedicação. Sob a orientação conjunta do Professor Roque Brandão e do Professor Edison Mossao Motoki (UPM), recebeu o 3.º lugar do Prémio TCC: Professor Mestre Affonso Sergio Fambrini 2.º Semestre de 2016, o qual é atribuído pela instituição brasileira aos melhores trabalhos académicos nas mais variadas áreas.
Após ter concluído oficialmente os estudos no ISEP regressou ao Brasil, contudo, por pouco tempo, visto que rapidamente surgiu uma oportunidade de trabalho no Médio Oriente. “Israel é conhecida como uma ‘start-up nation’, devido às suas diversas empresas inovadoras. Então, decidi aceitar uma proposta na LightApp, que é baseada numa plataforma de cloud computing, onde se procura aumentar a eficiência energética dos processos produtivos ao conectar máquinas e medidores numa plataforma inteligente. Algumas das minhas principais responsabilidades passavam, sobretudo, por auxiliar a equipa de programadores com a instalação de hardware no laboratório de pesquisas. Também trabalhava diretamente na análise de eficiência energética para produção de gás comprimido e comunicação com clientes de renome, como a Coca-Cola ou Nestlé”, afirma Fabio Tempel.
Com o objetivo de “abrir novos horizontes de tecnologia e inovação”, o antigo estudante do ISEP partiu sozinho para o Médio Oriente, confessando que a dimensão do país se revelou uma surpresa: “Israel é pequeno, julgo que quatro vezes menor do que Portugal, mas há muito que fazer. Além disso, a paisagem é diversificada e apenas 200 quilómetros separam a neve no norte com o deserto do sul.”
Atualmente, está a viver temporariamente em Jerusalém, onde procura novas oportunidades e recorda com carinho os tempos vividos no Porto e, em particular, no ISEP. “A alta qualidade dos laboratórios do ISEP foi essencial para o perfeito balanço entre a teoria e a prática. Com um ambiente estimulante, a instituição proporcionou uma abertura de mente, que dificilmente seria encontrada noutro lugar. A qualidade dos docentes é excelente, pelo que se afirmaram como fontes de inspiração para seguir novos rumos na engenharia, como os Professores Roque Brandão e Luís Castanheira que, no âmbito da Unidade Curricular de Energia e Desenvolvimento Sustentável, impulsionaram a escolha do meu caminho profissional”, destaca.
Sobre a sua adaptação em Portugal, Fabio alude aos constrangimentos causados por algumas diferenças linguísticas. “Por incrível que pareça, houve uma dificuldade de integração ao nível da língua. É certo que falamos o mesmo idioma, porém o uso das palavras, por vezes, dá-se em contextos distintos. Assim sendo, no início não foi muito fácil habituar-me ao português de Portugal, mas, hoje em dia, tenho saudades do sotaque luso”, revela.
O mundo está a evoluir duma forma nunca antes vista, pelo que o constante dinamismo não permite estabelecer ou prever aquilo que será o futuro. “Porém, é certo que precisaremos de fontes de energia limpa e é nesta área que estarei, precisamente, a atuar”, conta o jovem engenheiro brasileiro. Mas, tendo por base os ensinamentos adquiridos no ISEP e no Médio Oriente, deixa uma mensagem aos atuais e futuros estudantes da instituição: “Deem valor às atividades extracurriculares e aproveitem ao máximo todos os recursos que o ISEP pode oferecer. No fim, todas as sementes que forem plantadas enquanto estudantes serão colhidas mais para a frente no mercado de trabalho.”