Fábio Fernandes frequentou a Licenciatura em Engenharia Mecânica, em regime pós-laboral, no ISEP. Com 33 anos, o engenheiro português está a trabalhar na ASML, uma empresa holandesa de referência na construção de sistemas de litografia para a indústria de semicondutores. Atualmente a viver em Eindhoven, também já passou pela Noruega. A vontade de conhecer diferentes culturas levou-o apostar numa aventura internacional.
Eindhoven pode não ser o primeiro destino de que nos lembramos ao pensar na Holanda, contudo é uma das cidades mais importantes ao nível da alta tecnologia nos Países Baixos, considerada também como a ‘Silicon Valley’ da Europa. Por ali prosperam diversas empresas de renome como, por exemplo, a Phillips ou a Bosch. Mas é na ASML, outra organização industrial reconhecida internacionalmente, que Fábio Fernandes mostra todo o seu talento e capacidade de liderança. Natural de Vila Nova de Famalicão, exerce as funções de Project Leader-System Instal Owner na sede da multinacional. “Sou responsável pela coordenação de todo o processo de instalação de uma nova máquina no local do cliente, liderando uma equipa de engenheiros de várias áreas e viajando frequentemente para países como Estados Unidos da América, Singapura, Taiwan, Japão e Israel, entre outros”, conta o antigo estudante do ISEP.
Contente por desfrutar dum ambiente multicultural, tanto na esfera pessoal como profissional, Fábio mostra-se cativado pela Holanda. “Eindhoven é uma cidade que tem uma aura boa e relaxada, com bastante para oferecer a quem cá vive. Desde espetáculos culturais, eventos e festivais de música a feiras de alta tecnologia, existe de tudo um pouco”, destaca. No entanto, os motivos para visitar o país das tulipas e das bicicletas não se ficam por aqui. “Das principais cidades a minha preferida é Roterdão, mas Amesterdão e Haia também merecem uma ‘escapadinha’. Além disso, existem outras mais pequenas como Giethroorn, a Veneza da Holanda, ou Utrecht, que são lindíssimas”, acrescenta.
A viver nos Países Baixos há mais de um ano, esta não é, contudo, a primeira experiência internacional de Fábio Fernandes. Antes disso, o engenheiro mecânico esteve na Noruega por alguns meses onde trabalhou para uma empresa estadunidense chamada NOV-National Oiwell Varco, do setor petrolífero, tendo depois se mudado para Lisboa para integrar um novo projeto dessa mesma empresa que durou quatro anos. Esta oportunidade surgiu, pois, ao acabar a Licenciatura no ISEP, sentiu que estava na altura de encontrar novos desafios. Após alguns meses de procura, apareceu a chance que tanto almejava e mudou-se de malas e bagagens para o norte da Europa. “Através dessa empresa viajei para vários sítios como a China e Coreia do Sul, onde estive nos maiores estaleiros do mundo como Samsung Heavy Industries ou Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering”, explica o engenheiro português.
Sobre a sua passagem pelo ISEP, considera que a Licenciatura em Engenharia Mecânica foi fundamental na aquisição de conhecimentos que aplica diariamente no seu trabalho. “Uma das perícias que mais desenvolvi ao estudar em regime pós-laboral foi saber aproveitar de forma bastante eficiente o meu tempo, saber dizer não e focar-me no mais importante. Trabalhar oito horas por dia e, simultaneamente, tirar uma Licenciatura, com o grau de exigência requerido pelo ISEP, não nos deixa muito tempo livre para divagar. Para além disso, no ISEP é tudo mais virado para a parte prática, facto que faz com que os estudantes saiam bem preparados para o mercado de trabalho”, constata Fábio Fernandes. Apesar de ter terminado os estudos, mantém uma forte ligação que perdura até hoje: “Acompanho as últimas notícias no Facebook e no LinkedIn, pois gosto de estar a par dos projetos em que a instituição participa e os prémios que arrecada. Não me poderia esquecer de uma pessoa que me marcou durante o meu percurso no ISEP. O meu colega e padrinho de praxe que mais tarde se transformou em amigo, Eduardo Marques, criador da praxe noturna foi uma pessoa que me marcou pela personalidade forte e vontade de viver que possuía.”
Voltar a Portugal? É uma ideia que está presente nos horizontes do engenheiro mecânico. No entanto, considera que para isso suceder é necessário algumas mudanças. “Reconheço que o fenómeno do turismo em Portugal tem funcionado como um motor do crescimento da economia com um efeito de alavanca na recuperação da mesma, o que é brilhante, mas é efémero e fugaz e não pode ser visto como alicerce da economia a longo prazo”, sublinha.
No final, e como não poderia deixar de ser, fica uma mensagem para os atuais e futuros estudantes da instituição. “O desafio que deixo para os mais jovens é o de combater os medos do falhanço, do desemprego, da falta de dinheiro, e sair do caminho ‘certinho’. Persigam os vossos sonhos, trabalhem para eles e façam possível o impossível. Nunca desistam de algo que querem mesmo alcançar. Arrisquem, falhem e aprendam!”, aconselha.