O Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) foi palco, no dia 13 de abril, de mais umas jornadas sobre os “Grandes Desafios da Engenharia Civil”, organizadas pela direção do Mestrado de Engenharia Civil (MEC). A iniciativa representou uma reflexão da atividade, mas também uma oportunidade de homenagem ao passado da instituição e à aposta na inovação. A atribuição do prémio DESAFIO2016, no valor de 500 euros, a Miguel Lopes de Sousa, estudante da Licenciatura de Engenharia Civil do ISEP, foi a grande novidade da edição deste ano.
O concurso de ideias promovido pelo MEC contou com os apoios da Ordem dos Engenheiros, das autarquias do Porto e de Vila Nova de Gaia, da Mota Engil e da Hilti, destinando-se ao lançamento de um desafio: reanimar a ponte de D. Maria Pia. Através da submissão de um vídeo no máximo com dois minutos foram apresentadas, no total, sete candidaturas. No fundo, o projeto vencedor – designado por RIM – prevê a criação de um novo tabuleiro inferior suspenso por cabos de aço, valorizando-se o arco existente como elemento estrutural e a inclusão de painéis solares para obter energia e assegurar a iluminação cénica do conjunto.
“Foi pensada uma estrutura ou travessia com o objetivo de torná-la o mais minimalista possível, mantendo o perímetro base. Depois tive que acrescentar elementos para fazer a entrada e a saída. Este desenho cria um percurso [pedonal ou velocipédico] que liga as duas margens. Contudo, deixa espaço para uma zona de contemplação sobre os barcos, a própria ponte e as duas cidades”, precisou o estudante do ISEP, com formação anterior na área da arquitetura. Quanto a uma eventual aplicabilidade do projeto, Miguel Lopes de Sousa acrescentou: “As Câmaras do Porto e de Gaia tinham muito a ganhar. O desafio era reanimar a ponte e o que é certo é que, de momento, está parada. Ao trazer-se uma nova vida a essa zona só tinham a beneficiar com isso.”
Para o docente e diretor do MEC, Carlos Felix, o DESAFIO2016 representou uma surpresa, destacando não a quantidade, mas a qualidade das propostas. “Os estudantes apresentaram soluções que primaram pela inovação e criatividade, atingindo os objetivos. Não foi um trabalho fácil selecionar a melhor, facto que se refletiu na atribuição de duas menções honrosas [aos projetos Treliçados, de Daniel Magalhães, e Engenharia a Recriar, de Catarina Pereira e Ana Carvalho], afirmou.
No âmbito do programa das jornadas propriamente dito foram discutidos temas pertinentes como, por exemplo, “Qual o papel do ensino da Engenharia Civil no desenvolvimento nacional e na dinamização das carreiras profissionais” ou ainda “A integração do BIM nos empreendimentos portugueses”. O painel de convidados contou com a presença de figuras ilustres da área, entre arquitetos e engenheiros. Além disso, foram atribuídos os prémios de Reconhecimento de Mérito Académico aos melhores estudantes do MEC 2014/2015, das várias áreas de especialização: Teresa Sampaio (Construções), Ricardo Pereira (Estruturas), Gestão de Construção (Vânia Vilaça) e Pedro Ferreiras (Infraestruturas).
Acresce ainda mencionar a distinção feita ao Eng.º António Sequeira Pinto Ferreira, que durante muitos anos exerceu funções como diretor do Departamento de Engenharia Civil do ISEP. “O evento terminou com chave de ouro porque o Eng.º Pinto Ferreira foi um marco do nosso departamento. Era uma homenagem que já lhe devíamos há muito tempo”, salientou Carlos Felix. Esta edição chegou ao fim, mas o mote para a próxima já está lançado: o objetivo é continuar a apostar na realização das jornadas e de mais um desafio.
O MEC do ISEP especializa profissionais com competências avançadas ao nível de projeto, gestão de empreendimentos e conservação e reabilitação do património. Os mestrandos podem aproveitar entre mais de 50 parcerias empresariais para desenvolver o projeto final de curso como, por exemplo, a Sociedade de Reabilitação Urbana ou Águas do Douro e Paiva, entre muitas outras.