Luís Rocha venceu a fase regional do Poliempreende quando frequentava o mestrado em Engenharia Informática. Este estímulo confirmou a vontade de criar a MyListBox – plataforma online de criação e partilha de listas de prendas.
Conheça mais um exemplo de Empreendedores ISEP.
ISEP: 160 anos a promover a inovação e criação de valor.
LUÍS ROCHA
Mestre em Engenharia Informática (2011)
Consultor Bussiness Intelligence e fundador da MyListBox
1. Como surgiu a ideia de criar a empresa?
A MyListBox é uma plataforma online de criação de listas de prendas e de partilha destas entre familiares e amigos. A ideia surgiu em 2007. Primeiro, vi que na minha família há muita dificuldade para sabermos o que oferecer uns aos outros. Ou é os tamanhos, ou os feitios, ou simplesmente não sabemos o que oferecer... Depois, pensei que não deveria haver esta dificuldade em oferecer um presente, pois eu sabia sempre o que queria receber. A terceira parte desta ideia foi quando me apercebi que isto realmente podia funcionar para outras pessoas.
2. Quais foram os fatores críticos para este caminho?
Equipa – um dos pontos mais importantes, pois não acredito em gestores heróis. Acredito na complementaridade das pessoas que formam uma equipa.
Energia – atendendo ao volume de trabalho e de decisões, os níveis de energia têm de estar sempre em níveis elevados.
Perseverança – nunca desistir.
Consciência crítica – evitar ao máximo o comodismo e o conformismo. Se há processos que sempre foram feitos de uma maneira, é porque podem ser (sem dúvida) otimizados.
O empreendedor deve frequentemente refletir acerca da sua empresa.
3. Qual é o elemento diferenciador do seu negócio?
Há três fatores que destacam a MyListBox. 1) O facto de ser uma plataforma online gratuita, faz com que esteja ao alcance de qualquer pessoa no mundo; 2) A sua utilidade efetiva, ao proporcionar o registo de vários utilizadores e, posteriormente, também a visita dos amigos e familiares dos utilizadores que terão uma lista; 3) Os nossos parceiros têm uma área para colocarem os seus produtos – QuickGift - que cria uma nova forma de apresentação dos mesmos, possibilitando a igual concorrência com empresas de dimensões diferentes.
4. Existe uma relação entre a engenharia e o empreendedorismo?
Sim claramente, uma vez que a engenharia está frequentemente associada à inovação e a inovação ao empreendedorismo. É cultura geral saber que as grandes evoluções foram sentidas com os avanços tecnológicos, por exemplo a revolução industrial.
Hoje em dia, as evolução não são tão colossais, mas continuam a ser críticas na evolução humana.
No entanto, sublinho que o empreendedorismo não é só a criação de empresas absolutamente inovadoras.
5. Considera que existe uma cultura empreendedora em Portugal?
Sem dúvida! Infelizmente, hoje vivemos numa época onde a comunicação social é “obrigada” a transmitir a informação de uma forma sensacionalista e onde interessa mais passar notícias dúbias sobre a crise, sobre os assaltos e sobre o desemprego, do que notícias acerca de empresas portuguesas (novas ou não) cheias de potencial, muitas das quais exportadoras de produtos de alta qualidade, reconhecidos internacionalmente.
No entanto, plataformas como o YouTube ou Vimeo têm registado imensas intervenções de pessoas que acreditam, tanto como eu, na cultura empreendedora em Portugal.
Para começar, aconselho a pesquisa de nomes como Miguel Gonçalves ou José Pedro Cobra.
6. O empreendedorismo e a inovação tecnológica são fatores-chave para o sucesso da economia portuguesa?
A inovação tecnológica traz muitas evoluções em todas as áreas de negócio e, como tal, é vital estar atualizado nesta área e, se possível e quando possível, ter também uma área de investigação e desenvolvimento.
Há situações em que não é possível, mas julgo que ainda há muito mercado que não necessita obrigatoriamente de “reinventar a roda” em termos tecnológicos, apenas otimizar processos.
Por exemplo, a agricultura é uma área em que nós sempre conseguimos produzir com alta qualidade e que, embora hoje esteja em crescimento novamente, nos últimos anos absorveu o impacto da globalização.
7. Ser empreendedor é um fator inato ou uma competência que se desenvolve?
Julgo que é um fator que varia de pessoa para pessoa, pois efetivamente há pessoas que nasceram com um jeito natural para negócios.
Não obstante, achar que não se nasceu com isto não é, nem deverá ser, razão para não arrancar com um projeto.
Há imensos locais onde o empreendedorismo é o tema principal, com exemplos práticos de sucesso: workshops, apresentações em conferências, rubricas em jornais...
Resumindo, todos nós temos potencial para sermos empreendedores e quem não o é, é porque ainda não se convenceu que o que ser.
8. Qual é o papel das instituições de ensino superior neste processo?
É muito importante neste âmbito, pois é aqui que está uma grande parte do futuro do país.
Na minha opinião, o ISEP está a caminhar no sentido correto, uma vez que tem disciplinas que abordam este tema e promove também workshops em empreendedorismo.
Nas instituições é importante trazer testemunhos de sucesso, principalmente nacionais, para provar que o sucesso também acontece cá dentro.
9. Neste sentido, quais foram as grandes mais-valias da passagem pelo ISEP?
O ISEP está a caminhar no sentido correto, uma vez que aborda o empreendedorismo nas aulas e em vários workshops, com testemunhos de sucesso, principalmente nacionais.
Uma das disciplinas obrigatória do mestrado em Engenharia Informática é Inovação e Empreendedorismo. É uma grande mais-valia, pois introduz aspetos indispensáveis como a construção de um plano de negócios e de um plano financeiro.
Recordo também eventos como Building Entrepreneurs for the Future, que apresentou exemplos de empreendedorismo nacionais e estrangeiros e me ajudou a alargar horizontes.
10. Como descreve o empreendedorismo numa ideia?
Para muitas pessoas a palavra empreendedorismo parece muito pesada e algo inatingível, mas eu gosto de desmistificar isto e digo que: “O empreendedorismo é a concretização de projetos, a curto, médio ou longo prazo, sejam eles pessoais, profissionais por conta própria ou profissionais por conta de outrem”.
Qualquer pessoa pode ser um empreendedor, seja para criar uma empresa, seja para formar uma família (uma família também é um projeto).
MyListBox
«Crie as suas Listas de Prendas.
Partilhe-as com os seus familiares e amigos.
Receba e ofereça a prenda ideal!».
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