Desde 1852 que o Instituto Superior de Engenharia do Porto se tem afirmado como uma marca portuense. Esta ligação estreita tem concorrido ao longo dos tempos para a afirmação do Porto como capital académica de Portugal.
Fundado em meados do séc. XIX, durante a ascensão do liberalismo português, o ISEP sempre se norteou pela ideia de progresso. O Instituto foi lançado por ministro Fontes Pereira de Melo, numa perspetiva de incentivar um sistema público de ensino industrial que fomentasse a educação como um motor de desenvolvimento.
Desde cedo, o ISEP afirma-se como escola de eleição para a formação das elites industriais do norte do país. Em simultâneo, o engenho e a visão do seu corpo docente vão deixando marcos na cidade.
Parada Leitão, primeiro diretor do Instituto, orientou em 1853 as primeiras experiências públicas de telegrafia elétrica em Portugal, ligando a Associação Industrial Portuense e a Associação Comercial do Porto. Gustavo Sousa, diretor entre 1865-1899, foi responsável por várias obras de vanguarda no Porto, como a abertura da avenida da Boavista, o Mercado do Peixe, as ruas Sá da Bandeira, Mouzinho da Silveira, Gonçalo Cristóvão, a ligação da rua da Alegria ao largo S. Lázaro, além da conceção e decoração do salão árabe do Palácio da Bolsa.
João de Brito, diretor interino em diversas ocasiões entre 1920-1957, dirigiu obras na Alfândega do Porto. Mem Verdial, diretor entre 1920-1923 trabalhou na Câmara Municipal do Porto, tal como Alfredo Henrique da Silva, diretor entre 1924-1932, e que enquanto vereador do Arruamento e Jardins prosseguiu obras de saneamento e implementou reformas nos transportes coletivos de carros elétricos.
Raul de Lima Aires, diretor do Instituto Industrial do Porto entre 1957-1974, trabalhou no projeto da Igreja das Antas, enquanto José Pestana da Silva, diretor entre 1976-1978, deixou a sua marca nos acessos à ponte móvel do porto de Leixões. Manuel Ribeiro da Costa, presidente do ISEP entre 1978-1980 e 1981-1991, foi inspetor de obras de relevo da Invicta, como a ponte de S. João.
Várias foram também as personalidades que passaram pelo ISEP durante estes 160 anos. A título de exemplo, destaca-se o estudante Américo Monteiro de Aguiar, conhecido por padre Américo. Matriculou-se no Instituto Industrial e Comercial do Porto em 1905.
O ISEP contribuiu também para o ideal da emancipação feminina, apregoando novos valores. Em 1884 assistia-se à matrícula de Josephina Azevedo da Cruz. Numa altura em que as mulheres não disponham ainda do direito de voto, o ISEP já as acolhia e formava.
Em 1968, são inauguradas pelo Presidente da República, Américo Tomás, as atuais instalações do Instituto, na rua de S. Tomé. Ao mudar-se para Paranhos, o ISEP seria pioneiro na afirmação do Pólo da Asprela – o maior pólo universitário da cidade.
Em 1989, o ISEP associa-se ao Politécnico do Porto contribuindo para a sua elevação a maior instituto politécnico português. O facto de o Porto albergar o maior politécnico, a maior universidade e ser o principal destino para estudantes estrangeiros vem evidenciar a Invicta enquanto capital académica de Portugal.
Tal como a Invicta, o ISEP demarca-se pela história, engenho, ética de trabalho e capacidade de construir redes de conhecimento. Também acompanha os tempos. Por isso, desde cedo, associou-se ao advento da sociedade do conhecimento e criatividade, à força da inovação para sustentar a competitividade nacional. Foi a primeira escola a avançar com cursos na área da Informática no Porto, a primeira instituição de ensino superior a obter a certificação de qualidade. Os seus nove grupos de investigação contribuem com soluções para a imagem de um Portugal tecnológico e um norte exportador.
Alimentando mais de 100 parcerias internacionais e participando em relevantes redes europeias e globais, o ISEP demarca-se pela qualidade e resultados. Em 2011 é anunciado como finalistas dos Prémios Novo Norte, pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte. A nomeação surge na categoria Norte Inovador, com o projeto E2I – Excelência e Internacionalização na Investigação.
Seja com projetos para a vigilância das praias de Matosinhos, de desenvolvimento de cidades inteligentes, através de estudos para aproveitamento das águas subterrâneas da cidade ou de proteção da frente ribeirinha, seja no envolvimento da construção de infraestruturas como a Marina da Afurada ou na ligação a parceiros como de renome, o ISEP é e continuará a ser um agente de desenvolvimento.