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MULHERES NA ENGENHARIA
06-03-2012

Aproveitando a celebração do Dia Internacional da Mulher (8 de março), o ISEP presta homenagem à forte influência das mulheres na Engenharia. Se em tempos a Engenharia pode ter sido conotada com um universo masculino, garantimos que ela é hoje uma área inclusiva; aberta a todos aqueles que alimentam um gosto especial pela inovação.

É com orgulho que constatamos que existiram mulheres estudantes no ISEP, ao longo dos nossos 160 anos. A primeira foi Josephina Baptista Azevedo da Cruz, professora de instrução primária, que, em 1884, se matriculou em cadeiras de física e telegrafia elétrica. Em 1917, verifica-se a primeira matrícula em regime ordinário de um curso superior e em 1935 surge a primeira diplomada do Instituto: Sofia Dias de Almeida Cunha, graduada em Química Laboratorial, com 14 valores.

Desde então, têm-se multiplicado as nossas estudantes. A título de exemplo, em 2011, o ISEP acolheu 142 novas estudantes – aproximadamente um quinto dos novos alunos. Esta média não é uma novidade, mas destaca-se o facto de rondar os 40%-50% nos cursos de Engenharia Civil, Engenharia de Computação e Instrumentação Médica, Engenharia Geotécnica e Geoambiente e Engenharia Química.

Estas futuras engenheiras estão a iniciar um percurso que se espera de sucesso, na esteira de colegas como Joana Almeida, licenciada pelo ISEP em Engenharia Civil, que conquistou o Prémio Sika: Soluções Técnicas e Responsabilidade Social; ou Salomé Soares, diplomada em Engenharia Química, agraciada com o Prémio Fundação Engenheiro António de Almeida.

Os exemplos passam também por perfis como o de Margarida Ribeiro, atual professora do Departamento de Engenharia Química, que em 1989 foi a primeira aluna Erasmus do Instituto; ou Cristina Fontes, que aproveitou a mobilidade Erasmus em 2006 para iniciar uma carreira internacional na Holanda. Afinal, tal como avançou a engenheira Bárbara Rodrigues ao ISEP B.I. 9, o Instituto forma «engenheiros todo-o-terreno».

Recentemente, a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais, referiu que existe ainda um caminho a percorrer ao nível da distribuição dos cargos de liderança, em termos de género. No ISEP, a cultura de mérito enraizada faz com que esta distribuição se baseie na competência individual, no talento, habilidade e oportunidade. Contando com inúmeros exemplos de liderança no feminino, despontam desde logo os cargos de gestão, onde Joana Sampaio é a vice-presidente com os pelouros da internacionalização e comunicação e Eduarda Pinto Ferreira é a presidente do Conselho Pedagógico. Isto sem esquecer a ligação do ISEP ao maior Politécnico de Portugal, que é presidido por Rosário Gambôa.

Ao nível do corpo docente, a influência feminina faz-se também sentir. Os Departamentos de Engenharia Informática, de Engenharia Química e de Física são liderados por mulheres. São também mulheres que dirigem as licenciaturas em Engenharia Civil, Engenharia de Computação e Instrumentação Médica e Engenharia de Sistemas; e os mestrados em Engenharia Eletrotécnica – Sistemas Elétricos de Energia, Engenharia Informática e Instrumentação e Metrologia. Verifica-se um padrão na ordem dos 30%.

Mas o ISEP é também criação e partilha de conhecimento aplicado. Classificado entre as 12 principais referências da investigação nacional, o ISEP conta com nomes como Zita Vale à frente do Grupo de Investigação em Engenharia do Conhecimento e Apoio à Decisão (GECAD) e Cristina Delerue-Matos, que coordenada o Grupo de Reação e Análises Químicas (GRAQ-REQUIMTE). Ana Neves esteve na fundação do Grupo de Investigação e Consultoria em Engenharia Civil (GICEC), enquanto o Laboratório de Engenharia Matemática (LEMA) tem 10 mulheres entre os seus 16 investigadores. Mais casos poderiam ser destacados.

São a ambição, visão, empenho e competência que alimentam os resultados destas e de outras engenheiras. A Engenharia não é um mundo de homens. É tradicionalmente um universo para pessoas criativas, engenhosas e empreendedoras que querem deixar uma marca. É uma questão de paixão. Uma vontade de contribuir para soluções que tornem a vida humana mais simples e sustentável. A Engenharia é o nosso dia-a-dia.

Perguntamos à Margarida Pereira porque escolheu estudar no Instituto Superior de Engenharia do Porto. A futura engenheira que entrou este ano em Engenharia Mecânica com média de 172,7, respondeu que, «a escolha de Engenharia veio com o gosto de aprender, de procurar perceber como funcionam certas utilidades usadas no nosso dia-a-dia e em saber o que está por trás da sua origem».

Acrescentou que «o ISEP foi desde logo a primeira opção por ser uma das mais antigas e prestigiadas escolas de Engenharia, o que se reflete numa formação com elevada competência profissional, científica e técnica; e por apresentar um ensino que não se foca apenas no saber, mas também no saber fazer, preparando o aluno para a sua vida ativa. Para mais, é uma instituição que aposta na investigação e na internacionalização».