No próximo dia 14 de maio, pelas 16h, vai decorrer uma sessão dos ISEP Webinars, organizada pelo Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP).
Este seminário, apresentado por Tobias Buchner, tem como tema “Making making inclusive? Towards a maker education for all”.
Para aceder ao seminário, pode clicar aqui.
Resumo
A minha apresentação inicia-se com uma análise crítica das alegações de inclusão associadas à educação "maker". Neste contexto, examino as expectativas de capacidades subjacentes às conceptualizações de "maker" e de "fazer", bem como as formas implícitas de exclusão que podem daí advir (Buchner & Ojo, 2022). Com base numa compreensão alargada do conceito de inclusão, procuro ainda problematizar as limitações do movimento "maker", salientando como certas narrativas tendem a representar os "makers" como indivíduos brancos, de classe média e com corpos normativos, marginalizando assim outras identidades e experiências.
Na segunda parte, centro a atenção na própria educação "maker", frequentemente associada a um considerável potencial pedagógico. Esta é, por vezes, apresentada como uma estratégia educativa destinada a promover competências essenciais para a participação nas sociedades do século XXI. Vários autores têm igualmente destacado o seu contributo para uma educação STEAM verdadeiramente interdisciplinar. Estas perspetivas situam-se frequentemente na tradição das pedagogias de reforma e defendem uma visão inclusiva da “educação maker para todos”.
A terceira secção aborda os possíveis obstáculos e desafios que certas práticas de educação "maker" podem representar para grupos de aprendentes diversos. Apresento aqui resultados de um estudo de caso empírico realizado numa biblioteca pública na Áustria, centrado numa iniciativa de educação "maker". Os dados indicam que o trabalho de grupo—amplamente utilizado como método didático central neste tipo de educação—acarreta desafios específicos e exige adaptações pedagógicas cuidadosas para garantir uma participação verdadeiramente inclusiva.
Na parte final da apresentação, delineio as fases iniciais de um projeto participativo sobre educação "maker" em escolas do ensino básico. Nesta iniciativa, docentes e alunos/as colaboram na conceção e implementação de práticas educativas "maker", com o objetivo de promover uma participação ampla e significativa nos processos de aprendizagem.
Bio
Após ter exercido funções no Trinity College Dublin, na Irlanda, na Universidade de Viena, em Áustria, e na Universidade de Halle, na Alemanha, o Tobias Buchner é atualmente Diretor do Departamento de Educação Inclusiva na University of Education Upper Austria.
As suas principais áreas de investigação incluem a educação inclusiva, a digitalização e o espaço, o capacitismo e a educação, as biografias de aprendizagem e a investigação inclusiva.
Buchner foi distinguido com diversos prémios de investigação, nomeadamente o Prémio Científico da Sociedade Alemã de Investigação Educacional (Science Award of the German Society of Educational Research), atribuído em 2018.
Coordenou e participou em múltiplos projetos nacionais e internacionais no âmbito da educação inclusiva e da educação especial – quer na qualidade de investigador principal, quer como parceiro de cooperação.
Adicionalmente, tem publicado nas mais prestigiadas revistas científicas internacionais com revisão por pares na sua área de especialidade. É também editor do Manual Alemão de Investigação Inclusiva (Handbuch Inklusionsforschung) e do Routledge Handbook on Space, Education and Inclusion.
Paralelamente, Tobias Buchner desenvolve atividades no âmbito da terceira missão e do capacity building, promovendo a articulação entre investigação, sector empresarial e sociedade civil. Como exemplo deste domínio de atuação, integra o conselho de administração da rede de competência em tecnologias de comunicação para a promoção da inclusão de pessoas com deficiência (Kompetenznetzwerk Informationstechnologie zur Förderung der Integration von Menschen mit Behinderungen – KI-I).
