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Alumni.PT: André Silva
25-07-2019

André Silva completou o mestrado em Engenharia Mecânica - Gestão Industrial com um estágio na Toyota Caetano Portugal, na fábrica de Ovar. Na rotina de trabalho, o que mais o fascina é, sem dúvida, trabalhar o produto final e compreender todos os procedimentos associados à construção de um automóvel. O know how adquirido durante a formação no ISEP já o permitiu contribuir para a otimização do processo produtivo da empresa. O seu lema é descomplicar, atribuindo a cada problema, uma solução simples e eficaz.

- Porque escolheste engenharia?

A diversidade de conteúdos atrai-me. A engenharia é multidisciplinar já que enquadra várias áreas e possibilita uma melhor visão de tudo o que nos rodeia. Como se costuma dizer, e passo a citar: "Tudo à nossa volta tem engenharia envolvida". A constante resolução de problemas e as imensas variáveis incontroláveis associadas aos mesmos, fazem com que o desafio seja constante, remando, assim, contra a rotina e estagnação que verificamos em muitas outras áreas.

- E porquê o ISEP?

O ISEP oferece várias opções que possibilitam uma formação transversal de diferentes áreas. Possibilita, também, a integração de vários ramos da engenharia ao longo do percurso académico, contribuindo para uma formação personalizada.

- Para ti, o que distingue o ISEP de outras escolas de ensino?

A partilha de conhecimento e a acessibilidade por parte do corpo docente no esclarecimento de dúvidas e no enquadramento de vários projetos. A componente prática associada dá-nos algumas noções dos problemas reais, nos quais as empresas se enquadram, preparando os formandos para o choque inevitável da entrada no mercado de trabalho.

- Como foi a tua chegada à Toyota?

A integração na Toyota Caetano Portugal, S.A. foi bastante rápida, pelo facto de ter tido um acolhimento prestável por parte de todos os colaboradores. O facto de iniciar um processo de levantamento de requisitos para um novo projeto, permitiu-me de imediato um contacto com todos os sectores e colaboradores associados.

- Que competências e conhecimentos já adquiriste?

Tenho desenvolvido competências de negociação e persuasão e técnicas associadas a toda a metodologia japonesa, o TPS (Toyota Production System), no qual colocamos em prática todas as vertentes dessa mesma metodologia. Tenho vindo a concluir que a formação universitária nos dá, acima de tudo, pensamento crítico e “fresh eyes”. Quando chegamos ao mercado de trabalho, levantam-se várias questões que nos obrigam a procurar respostas e a desenvolver novas ideias para a resolução dos problemas. Concluí, também, que grande parte dos problemas conseguem ser resolvidos de maneira simples. Porém, é necessária uma elevada análise de causas e requisitos para tornar a solução mais simples e eficaz.

- Já contribuíste com algum projeto para a melhoria da produtividade e qualidade do trabalho da Toyota?

Já trabalhei e implementei três projetos na empresa, tendo obtido resultados satisfatórios no processo produtivo. Dois deles otimizaram, indiretamente, todo o fluxo de abastecimento de materiais à linha, enquanto o outro permitiu uma melhoria na tomada de decisão e uma maior rastreabilidade da informação por parte da equipa de engenharia.

- De que forma esta experiência te está a fazer crescer enquanto profissional?

Não poderia estar mais satisfeito com a minha rampa de lançamento para o mercado de trabalho. Na Toyota existe uma forte abertura à implementação de novos projetos, bem como uma análise criteriosa dos mesmos, levando à partilha de ideias e sugestões das várias partes interessadas. Esta abertura permite um grande enriquecimento pessoal e profissional.  
A possibilidade de deslocação ao “Genba”, Chão de Fábrica, permite também um contacto direto com o output dos problemas, facilitando a sua compreensão e resolução. Atividades de grupo, como os QCC (Quality Control Cycle), promovem uma interação entre vários setores da fábrica em prol da resolução de problemas rigorosos. Este brainstorming e trabalho entre os diferentes elementos dos departamentos permitem o desenvolvimento do espírito de grupo e abertura dos vários “Mind Sets”.

 - O que achas que podes trazer de diferente ao mundo da engenharia?

Pretendo, acima de tudo, unificar várias personalidades, de maneira a trabalharem em prol do mesmo objetivo de forma voluntária. Sou uma mente curiosa pelo funcionamento do mundo, cheia de vontade de aprender e ensinar.

- Que mensagem gostavas de deixar aos futuros engenheiros do ISEP?

Penso que hoje em dia os meus colegas exigem demais para aquilo que ainda não trabalharam ou contribuíram. Ter a calma e paciência necessária, bem como a humildade para aprender e transmitir o conhecimento, são as características que um engenheiro líder deverá possuir. Exprimir a ação de dar, sem esperar nada em troca. Só assim se conseguirá trabalhar com felicidade e motivação, caminhando para um futuro profissional de sucesso.