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Levitação magnética em transportes públicos
16-04-2019

Ângelo Jacob, docente de Engenharia Civil, esteve, a 26 de março, na Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo e, dias 28 de março e 3 de abril, na Universidade Tecnológica Federal do Paraná, em Campo Mourão e Pato Branco a apresentar os mais recentes desenvolvimentos da sua investigação. 

As palestras ministradas debruçaram-se sobre a temática “As novas tecnologias de transporte em massa terrestre: Ferrovia de Alta Velocidade versus Levitação Magnética”. Um tema que já abordado no congresso MAGLEV 2018 na Rússia, onde se apresentou a tecnologia ProDynamic, um novo conceito de sobreelevação dinâmica, prometedor no que diz respeito à geometria, montagem e circulação em curva.  

Durante a palestra em São Paulo, foi discutido o uso de ferrovias de alta velocidade para transporte de passageiros e, em alguns casos, de cargas, em alguns países da Europa e Ásia. Os comboios que recorrem a esta tecnologia são considerados os mais rápido e eficientes. Entre eles destacam-se o Shinkansen, TGV, ICE e FRECCIAROSSA, que ultrapassam os 300 km/h.

O conceito de levitação magnética surgiu após Ângelo Jacob constatar que, apesar do desenvolvimento e eficácia das ferrovias de alta velocidade, existem algumas limitações técnicas e custos elevados na manutenção da superestrutura.

A levitação magnética permite uma diminuição de custos na manutenção da infraestrutura, devido à inexistência de desgaste por atrito, tendo em conta que não existe contacto entre materiais. Para além disso, os veículos que se encontram atualmente em desenvolvimento são mais leves do que as composições ferroviárias comuns, ou seja, pesam menos de aproximadamente 30%. Para já está apenas previsto o transporte de passageiros, sendo que os estudos realizados até agora revelam um desfecho positivo para esta nova tecnologia. Este conceito inovador pretende revolucionar o transporte de passageiros na velocidade, na economia de energia e nos custos de investimento e manutenção.

Ainda assim, apesar das vantagens, existem algumas dificuldades na implementação deste sistema: "O grande desafio a ser superado são os custos elevados das composições movidas à levitação magnética, por ser uma tecnologia ainda muito recente. Ainda é necessário desenvolver sistemas mais capazes, em termos de estabilização dos campos magnéticos, e definir minuciosamente qual o melhor modelo a seguir", explica o docente.

Atualmente existem apenas dois modelos internacionais, um alemão e um japonês. Segundo Ângelo Jacob, nos próximos 10 a 20 anos, a tecnologia de levitação magnética poderá ser implementada no transporte de passageiros.