Investigação

Projeto DeepFloat: Sistema de variação de flutuação para aplicações submarinas
27-07-2017

O Centro de Robótica e Sistemas Autónomos (CRAS) do INESC TEC, situado no ISEP, está a trabalhar, desde março de 2016, no projeto DeepFloat. Com um financiamento total de 1,3 milhões de euros, apoiado pelo COMPETE 2020 no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico, pretende-se desenvolver um sistema de variação de flutuação para aplicações submarinas.

O DeepFloat surge num contexto de gradual crescimento das operações subaquáticas (seja em mar aberto, rios ou mesmo minas submersas) com recurso à utilização de veículos submarinos – ROVs (veículos operados remotamente) ou AUV’s (veículos autónomos) submarinos –, controlados a partir de um navio ou duma base de apoio. Atendendo a este cenário, e como resultado do desenvolvimento das tecnologias de Ciências do Mar, é necessário incrementar a flexibilidade dos equipamentos existentes.

É preciso ter-se em conta que o movimento dos veículos submarinos, mencionados acima, é realizado pelo controlo de flutuabilidade ou através de dispositivos de impulso convencional como, por exemplo, motorização elétrica com hélice, ou com recurso a movimentos localizados. Neste sentido, e devido ao elevado grau de exigência da realização destas tarefas, importa encontrar soluções que permitam uma maior variabilidade física, ou seja, capacidade de adaptação aos requisitos dos diversos veículos alvo.

O projeto DeepFloat visa, precisamente, o desenvolvimento de um sistema de variação de lastro flexível para aplicações submarinas de profundidade e com capacidades avançadas de controlo. Desta forma, pretende-se alargar as operações possíveis em ambientes de elevadas pressões externas. A par disso, a ideia passa por reduzir o consumo de energia utilizada, bem como a maximização da longevidade da carga útil.

De salientar que este sistema é suscetível de utilização em diferentes operações (como transporte de materiais ou ferramentas) em vários veículos submarinos, em ambientes de água doce e salgada, permitindo uma flutuabilidade em profundidades oceânicas até aos quatro mil metros.

O Professor Eduardo Silva é o responsável pela coordenação dos trabalhos no âmbito do DeepFloat no CRAS (do INESC TEC/ISEP). De facto, a experiência e know-how, em robótica, desta unidade I&D do ISEP são uma mais-valia para o sucesso expectável deste projeto de investigação.