Avaliar a possibilidade de redução do consumo energético continua a ser uma tarefa difícil. Filipe Ramos, estudante do ISEP, pretende contrariar esta tendência, oferecendo às pessoas um sistema que permita a monitorização em tempo útil dos gastos. Apesar de não ser ainda comercializado, o projeto distingue-se das soluções que o mercado oferece.
O trabalho foi desenvolvido no âmbito do Mestrado em Engenharia Eletrotécnica – Sistemas Elétricos de Energia e em parceria com o Centro de Tecnologia, Investigação e Desenvolvimento do ISEP (TID). Além da vontade de ajudar as pessoas a perceberem quando, quanto e como é consumida a energia, Filipe Ramos pretende ir mais longe: “O crescimento acelerado do consumo de recursos levanta questões ao nível da existência dos mesmos para as gerações futuras.” Assim, objetiva-se a poupança no valor das faturas e a diminuição do desperdício energético.
Neste contexto, o estudante do ISEP implementou um sistema de energia embebido numa tomada, concebido para o ambiente doméstico, que permite ao utilizador a possibilidade de atuação remota ou programada da mesma. “O equipamento desenhado prevê-se de baixo custo em detrimento de uma alta precisão. A solução necessita de uma ligação wi-fi, para se ligar a uma nuvem, funcionado segundo o princípio da Internet das coisas [IoT]”, explica o autor do projeto.
Desta forma, uma das vantagens que o sistema oferece é a pertinência de permitir a sua utilização em qualquer lugar. Tarefas como o acesso aos dados, definições de proteções e atuação passam a estar apenas dependentes de ligação à Internet. Outra mais-valia do projeto de Filipe Ramos assenta nas caraterísticas de programação. “É possível desligar-se o equipamento caso seja excedido o valor máximo configurado, ou receber mensagens de texto no telemóvel se o consumo ultrapassar o montante pré-definido”, salienta.
Este projeto adquire ainda mais relevância devido ao facto de se distinguir das soluções já existentes. De acordo com o agora Mestre em Engenharia Eletrotécnica – Sistemas Elétricos de Energia, “atualmente têm aparecido no mercado alguns equipamentos deste tipo, mas numa componente global de consumo da instalação, ou então com a capacidade de ligar e desligar equipamentos, sem a possibilidade de verificar o seu consumo”.
De momento, Filipe Ramos está a utilizar protótipos do projeto na otimização da sua própria habitação. Quanto aos eventuais próximos a dar, para já vai se dedicar ao acompanhamento da introdução da IoT no mercado nacional, visto ser uma vertente que promete bons retornos. No entanto, “outra possibilidade em avaliação é o desenvolvimento de um produto comercial, onde sejam aplicados os conhecimentos
adquiridos. Este produto não terá que estar relacionado com o desenvolvido neste trabalho, podendo originar um novo projeto”, acrescenta.
Sob o título “Sistema de monitorização do consumo de energia”, a dissertação de Mestrado do estudante do ISEP, que foi orientada pelos docentes José Ricardo Puga e Maria Judite Ferreira, obteve a classificação final de 18 valores. Esta é apenas uma de muitas áreas abordadas no âmbito do curso.
No ISEP o Mestrado em Engenharia Eletrotécnica – Sistemas Elétricos de Energia especializa engenheiros nas áreas da energia inteligente, automatização da rede elétrica, gestão e operação de tecnologias de produção sustentável e projeto de instalações elétricas de potência elevada. Esta oferta formativa acompanha as tendências internacionais, dedicando também atenção a desafios e oportunidades dos mercados liberalizados e a temas como a mobilidade elétrica.