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DEQ, A OTA E A SAÚDE DOS PORTUGUESES
18-03-2010

O Departamento de Engenharia Química faz parte de um consórcio científico que está a estudar a exposição da população portuguesa a contaminantes naturais de origem fúngica.

Um dos principais contaminantes nos alimentos é a Ocratoxina A (OTA). Esta micotoxina, com potencial nefrotóxico, hepatotóxico e carcinogénico, surge em vários alimentos, com destaque para cereais e derivados. Os perigos associados a esta toxina levaram investigadores do REQUIMTE (ISEP e Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto), de Estudos Farmacêuticos da Universidade de Coimbra e Instituto Politécnico de Bragança a unir esforços num projecto de investigação que analisa a exposição dos portugueses.

Este projecto, ainda em fase laboratorial, já avaliou teores de OTA em pão e urina em duas estações do ano em seis regiões de Portugal continental. Apesar de variações geográficas conclui-se que genericamente o pão de milho, de centeio e integral apresentam teores mais elevados comparativamente ao de trigo. O Verão também apresenta uma maior incidência comparativamente ao Inverno. Relativamente à urina, verificou-se uma ampla frequência de contaminação transversal a ambos os géneros e em todas as regiões.

Os resultados obtidos são relevantes ao apontar que o consumo de pão parece não constituir um problema para a saúde do consumidor, apesar da ingestão contínua em baixos níveis poder acarretar eventuais riscos. Os níveis detectados na urina são similares aos de outras populações europeias. No entanto, são necessários estudos adicionais de vigilância como garante da saúde pública.

+INFO: Cristina Delerue Matos | DEQ