Outro

A ENGENHARIA AO SERVIÇO DO ANO INTERNACIONAL DAS FLORESTAS
20-01-2011

No ano em que se celebra a riqueza das florestas como património ambiental, cultural e económico, avançamos três das soluções ISEP, que ajudam a preservar, recuperar ou potenciar este precioso recurso. O Instituto Superior de Engenharia do Porto evoca o lema das Nações Unidas – “Florestas para as Pessoas” – e espera contribuir para a sensibilização da importância de uma gestão sustentável das florestas.

De acordo com a Autoridade Florestal Nacional (AFN), entre 2000-2006 ardeu aproximadamente 20% da floresta nacional. Este flagelo representa elevados custos económicos e sociais para o país, pelo que ressalta a importância de projectos que contribuam para contrariar esta situação. Ciente da importância de uma resposta rápida aos incêndios, apresentamos o FALCOS. Este veículo aéreo não tripulado (UAV) foi desenvolvido pelo Laboratório de Sistemas Autónomos (LSA) para voos de baixa altitude, com grande aplicabilidade em situações de monitorização ambiental e prevenção de incêndios. O FALCOS dispõe de propulsão eléctrica e uma autonomia de voo até 12 horas, sendo capaz de recolher, processar e sinalizar imagens de focos de incêndio a 300 metros de altitude. Testada em colaboração com associações de produtores florestais, esta “arma de combate aos incêndios” é capaz de sobrevoar espaços florestais e alertar as autoridades para qualquer indício de fogo, promovendo uma crucial poupança no tempo de reacção.

Por outro lado, além das medidas de reflorestação, há a necessidade de recuperar os solos queimados. Neste sentido, compreender os efeitos dos incêndios nos solos é o primeiro passo para a sua recuperação. O Laboratório de Engenharia Matemática (LEMA) lidera um projecto conjunto com o Laboratório de Cartografia e Geologia Aplicada (LABCARGA) e a Universidade de Swansea, Reino Unido, para analisar os efeitos da técnica de fogo controlado nas principais características físicas do solo florestal típico do Nordeste português e desenvolver um modelo de previsão das taxas de recuperação deste tipo de solo a médio prazo. Contando ainda com a participação da AFN, “The Effects of Prescribed Forest Fire on the Soil System” é financiado pelo Programa Luso-Britânico de Investigação Conjunta – Tratado de Windsor – e reportará informação fundamental à tomada de decisão de gestores florestais sobre medidas de controlo ambiental.

Considerando ainda a necessidade de formar quadros e mentalidades orientados para a criação e gestão de oportunidades, o ISEP submeteu à Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES) a aprovação de uma nova oferta formativa: a licenciatura em Engenharia e Tecnologia de Madeiras. Este curso pretende garantir uma sólida formação para o exercício profissional no sector das indústrias da madeira e dos seus derivados – área de elevada relevância e com escassez de recursos humanos qualificados.
Concebido em colaboração com a Escola Superior de Tecnologia de Viseu, a licenciatura atende ao mapa de competências definido pela Associação Nacional de Engenheiros de Madeiras e a Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos, incidindo em temas como a selecção de matérias-primas, a criação e o desenvolvimento de produtos ou a gestão ambiental.

De acordo com as Nações Unidas, as florestas albergam 80% da biodiversidade terrestre, são casa para 300 milhões de pessoas e 1,6 mil milhões de vidas humanas dependem delas.
Importa garantir que existem opções para preservar, rentabilizar ou regenerar a flora, fauna e biodiversidade e a tecnologia ISEP está ao serviço das florestas. O futuro desenha-se hoje.

+INFO: LSA | LEMA | Forests 2011