André Sousa nasceu no Algarve mas gaba-se de hoje viver em Porto de Mós, no centro de um parque natural. É trabalhador-estudante e o pouco tempo livre que lhe resta está reservado para atividades desportivas ao ar livre com os amigos. Já fez competição de BTT e restaurou, sozinho, o seu primeiro carro. Escuteiro desde os 11 anos, formou a equipa "Bigodes do Deserto" para mais uma aventura solidária, desta vez em Marrocos, com o UniRaid.
- Porque escolheste estudar no ISEP?
Estudar num instituto politécnico tem a grande vantagem de, após a licenciatura, escolher a área de mestrado num outro instituto ou universidade. Foi o que me aconteceu. Assim que terminei a licenciatura, pesquisei vários mestrados e o de Engenharia Eletrotécnica - Sistemas Elétricos de Energia ia de encontro às minhas expetativas profissionais.
- Se pudesses aliar um ou mais cursos ao teu, qual(ais) escolhias?
Seria importante ter estudos em gestão empresarial, pois são duas áreas que se cruzam e os engenheiros não estão preparados para isso. Estas formações "extra" fariam sentido numa fase de maior maturidade profissional.
- Qual foi a ação que mais te marcou no teu percurso enquanto escuteiro?
Em 2016, tive a possibilidade de fazer voluntariado num campo de refugiados em Itália. Estes dias aproximaram-me da realidade que, no nosso quotidiano, vemos distante e confortavelmente nos nossos sofás enquanto assistimos às notícias. Estas ações fazem a diferença nos voluntários. Muitas vezes, só depois destas experiências é que conseguimos dar o devido valor às nossas vidas.
- À paixão pelos carros e pela aventura, juntou-se a solidariedade. Porque decidiste participar no UniRaid?
Alinhei graças à forte insistência do meu parceiro de equipa, João Rosa. Sempre achei estes projetos aliciantes, mas como nem sequer tínhamos um carro adequado nos parâmetros da organização, e os valores da preparação e equipamento eram bastante avultados, não estava muito decidido a participar. Além disso, sou trabalhador-estudante a 200km de distância de Porto de Mós, local onde iríamos desenvolver o projeto. Mas o João venceu-me pelo cansaço! Felizmente conseguimos muitos mais apoios do que esperava e realizámos este projeto de acordo com as nossas expectativas.
- Se pudesses mudar algo no mundo…?
Enquanto escuteiro, tive a oportunidade de fazer voluntariado em lares de idosos e apercebi-me da solidão destas pessoas. Embora fisicamente estejam rodeadas de outras pessoas na mesma situação, é percetível a tristeza que as consome. Isso era, sem dúvida, algo que mudaria no mundo!
- Que mensagem gostavas de deixar aos futuros engenheiros do ISEP?
Deixo o desafio para participarem em diferentes tipos de projetos, mesmo que em nada se relacionem com a área de estudos. Se um estudante estiver predisposto a integrar um projeto numa área que lhe seja completamente alheia, está a desenvolver capacidades que se vão refletir de forma impactante no seu futuro!
