Investigação

Desfrutar de uma experiência internacional sem sair do lugar
20-07-2018

O Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), através do grupo I&D GILT (Games Interaction and Learning Technologies), desenvolveu o Blended Aim que permite aos estudantes do Ensino Superior desfrutarem de uma experiência internacional - por exemplo, a nível de estágios curriculares - sem saírem do país. Este projeto contribuiu para o desenvolvimento do conceito blended mobility que, inclusive, já consta na Wikipédia.

Esta iniciativa surge como um spin-off do MUTWMultinational Undergraduate Team Work, iniciado em 2009, que tinha como principal objetivo fomentar o desenvolvimento de projetos/estágios académicos em ambiente internacional. Através do Blended Aim, os estudantes podem participar em projetos multidisciplinares e estágios remotos. Uma iniciativa inovadora ao nível do Espaço Europeu do Ensino Superior.

Os principais pilares do Blended Aim passam pelo desenvolvimento das competências transversais dos mais jovens, nomeadamente as capacidades de trabalho em equipa e de comunicação em língua estrangeira. Em paralelo, este formato permite que ultrapassem barreiras da mobilidade, graças aos custos inerentes ou a impossibilidade de abandonarem a área de residência por longos períodos, devido a motivos de saúde ou receio de perderem oportunidades de emprego local.”, destaca Nuno Escudeiro, docente e investigador do ISEP/GILT.

Catarina Sousa, finalista da Licenciatura em Engenharia Informática do ISEP, concebeu o seu projeto final de curso ao abrigo do Blended Aim: “Desenvolvi as minhas competências em termos de trabalho de grupo com pessoas de outras nacionalidades e áreas, como design e marketing, bem como no trabalho à distância. O projeto foi criado ao abrigo de uma empresa belga e está inserido na área da saúde. Esta experiência foi importante para o meu enriquecimento pessoal e profissional e permitiu-me contactar com Universidades Sint-Lucas School of Architecture, na Bélgica, e a Technological Educational Institute, na Grécia.”

Para já, o projeto oferece oportunidades de estágios em ambientes multidisciplinares e remotos, mas perspetivam-se novas áreas de atuação. De acordo com Nuno Escudeiro, a evolução do conceito passa por “prestar serviços a incubadoras e start-ups, criando equipas multidisciplinares para produzir provas de conceito em qualquer área de estudo”. Por outro lado, tem sido manifestado o interesse neste paradigma de ensino/aprendizagem por instituições de outros continentes, pelo que se prevê, a curto prazo, a exportação do conceito para o Médio Oriente onde já há contactos prévios, em particular, no Líbano e no Iraque.

Esta iniciativa já envolveu, num total de nove edições, cerca de 200 participantes. No ano letivo de 2017/2018 contou com 22 estudantes.