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Antigo estudante afirma-se no setor petrolífero em dois continentes
22-02-2018

Entre a Índia e o Reino Unido, Miguel Sinval tem desenvolvido o seu percurso profissional, literalmente, além-fronteiras. Com 36 anos, e natural da Trofa, o engenheiro, licenciado e mestre em Engenharia Mecânica pelo ISEP, destaca-se por ser o responsável de todas as atividades das empresas do Grupo Petrotec, em ‘Terras de Sua Majestade’.

Edimburgo é a capital da Escócia e um dos muitos recantos que embelezam o Reino Unido. Impregnada numa história e ambiente medievais que permanecem intactos até aos tempos contemporâneos, a cidade reflete também um forte espírito cosmopolita e cultural. Desde o início de 2018, a urbe escocesa acolhe Miguel Sinval, Alumni ISEP, que se distingue pela carreira de sucesso no Grupo Petrotec – uma referência no setor petrolífero com mais de mil colaboradores em todo o mundo, presença direta em oito e distribuição direta em mais de 60 países. Uma particularidade é que esta não é casa única do português, uma vez que devido às exigências das suas funções de chefia divide-se frequentemente entre Edimburgo e Londres.

“Atualmente, sou o Country Manager das empresas Petroassist UK e Petrotec UK, sendo o responsável por todas as atividades do Grupo Petrotec, no Reino Unido. Estava ainda a terminar o último semestre da Licenciatura, no ISEP, quando iniciei a minha atividade profissional na SGS, em Portugal, permitindo-me tomar contacto com a área industrial, com principal incidência na refinaria de Leça da Palmeira”, conta o engenheiro. Após esta e outras experiências, foi com o ingresso na Petrotec – Inovação & Indústria, em Guimarães, que o seu percurso no mercado do trabalho registou um ‘salto’. Antes de ‘Terras de Sua Majestade’, esteve na Índia, onde permaneceu durante seis anos.

Apesar de estar ainda há pouco tempo na capital escocesa, Miguel Sinval já se deixou ludibriar pelos seus encantos. “É essencial visitar Old Town [a cidade velha], o Castelo de Edimburgo [antiga fortaleza edificada sobre um vulcão extinto e, por consequência, um dos símbolos mais importantes da coroa britânica], a destilaria de Gin, o Royal Botanic Garden, Dean Village e os diversos museus”, aponta. A adaptação está a decorrer de forma relativamente fácil, até porque os escoceses são, no seu entender, bastante amistosos.

A verdade é que a mudança da Índia para a Escócia refletiu-se logo em pequenos detalhes: “Muito diferente se comparado com o território indiano, onde poderia demorar uma hora para percorrer cinco quilómetros.” Não obstante os dilemas diários que sentiu por causa do tráfego e ao comunicar com os locais, o Alumni ISEP recorda com nostalgia a sua vida na Índia e, por isso, deixa o mote: “Aconselho a visitarem, naturalmente, Goa, por todo o passado e influência portuguesa, Kochi – com o passeio de barco nos canais, Mumbai [favelas e a utilização dos comboios urbanos], Rajastão [deserto] e Agra para visitar o Taj Mahal.”

Sobre os seus tempos de estudante, assume que o Instituto teve um papel crucial no seu percurso. “O ISEP foi fundamental no estabelecimento de competências técnicas no domínio da engenharia, suportado numa componente prática muito forte e na qualidade do corpo docente, que apresentava uma grande experiência profissional, facto que se traduzia numa partilha de conhecimentos muito mais transversal e com casos de estudos reais. Para além disso, os colegas de curso foram, sem dúvida, um dos pilares, aliás muitos dos quais se tornaram amigos e com quem ainda mantenho um contacto frequente”, declara o Country Manager da Petrotec para o Reino Unido.

Há sete anos longe do País, a vontade de Miguel Sinval é continuar a viver além-fronteiras, talvez experimentar a América Latina ou o Japão. Por fim, deixa uma mensagem para todos os estudantes do ISEP, ou para aqueles que pretendam ser: “Invistam no vosso futuro através de um esforço no percurso académico para se encontrarem melhor preparados aquando da entrada no mercado profissional. Procurem sair da vossa zona de conforto o quanto antes através de uma exposição internacional em países que sejam os mais disruptivos possíveis com a cultura portuguesa e não tenham medo de cometer erros no arranque da vossa carreira!”, conclui.