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SOMOS ISEP: Barrote Dias
07-11-2017

Manuel Armando Barrote Dias, mais conhecido como Barrote Dias, há muito que está ligado ao ISEP. Começou como estudante no curso de Eletrotécnica e Máquinas, mas depois tornou-se funcionário numa casa que nunca mais deixou. Atual responsável pelos Serviços de Apoio Técnico, trabalha no ISEP há 45 anos. Natural do Porto, o engenheiro confessa, naturalmente, que para si o Instituto é numa palavra: - «Tudo!» Mas e se não tivesse seguido engenharia? «Gostava de ser arqueólogo para chefiar uma equipa e descobrir civilizações antigas que estão ainda enterradas», revela.

- Quando entrou no ISEP? E como recorda esses tempos?

Entrei no ISEP (antigo IIP-Instituto Industrial do Porto), em 1968, para o curso de Eletrotecnia e Máquinas. Nessa altura, era tudo muito diferente, uma vez que só existia o ISE, o Bairro Agra do Amial e o Hospital de São João, tudo o resto eram campos de cultivo. Então, eu vinha de autocarro na carreira “O”, que desde o Freixo subia a circunvalação e saía no Hospital de São João, pelo que fazia o restante percurso a pé. Ora, eu entrava às 8h20, tal implicava sair de casa cerca das 5h45 para fazer um percurso a pé de aproximadamente 45 minutos até à paragem do “O”, que era uma carreira que vinha do Infante junto ao Palácio da Bolsa até ao Castelo do Queijo, ao fim do dia fazia o percurso inverso.

- O que mais o fascina naquilo que faz?

A engenharia sempre me fascinou, não tanto pelo que nos possibilita fazer, mas sim pela forma como nos permite perceber como fazer.

 - Quer partilhar algum episódio caricato passado no ISEP?

Quando recebi o meu diploma, que me foi entregue por um professor meu, Eng. Carlos Ferreira, as palavras dele marcaram-me muito e foram as seguintes: - “Barrote, este diploma significa que agora podes começas a aprender a ser Engenheiro…!”

- Qual a receita para lidar com a azáfama do quotidiano?

Não há uma receita vencedora para lidar com o stress diário do ISEP, talvez uma boa dose de paciência, alguma sensibilidade na gestão dos conflitos e a certeza de que todos pensam que os seus problemas são os mais importantes do mundo. Portanto, as suas ‘urgências’ deverão ser sempre consideradas como prioridade máxima.

- Qual o segredo para o sucesso?

O sucesso é relativo, viver com alegria e poder dormir descansado, com a consciência que nada fizemos para prejudicar os outros é, de certa forma, uma espécie de sucesso. Otimismo e boa disposição também é importante para não preocuparmos desnecessariamente os nossos amigos nem deixarmos rejubilar ingloriamente os nossos “inimigos”.

- Que aspetos diferenciam o ISEP?

Penso que as pessoas são a grande diferença, os estudantes integram-se rapidamente graças ao humanismo do corpo docente e não docente (com algumas exceções). Por outro lado, a qualidade dos programas de ensino, a excelência da maioria do corpo docente e a existência de muitos programas certificados garantem um certo nível aos estudantes finalistas, uma qualidade que lhes traz vantagens no mercado de trabalho.

- Qual o melhor canto e recanto desta casa?

Eu vejo o ISEP como um todo: desde os espaços letivos onde se evidencia a excelência do nosso ensino; aos espaços de Cultura por onde têm passado as mais díspares manifestações culturais demonstrativas do ecletismo do ISEP; os espaços verdes onde podemos fruir de momentos de relaxamento e convívio; os espaços de laboratórios onde temos demonstrado até à exaustão o engenho que move tanto o nosso corpo docente como o discente.

- Uma ideia para crescermos mais?

O nosso crescimento está garantido pela nossa excelência, pode ser incrementado, mas para isso é necessário que a comunidade onde estamos inseridos, quiçá o País esteja interessado no desenvolvimento. Neste sentido, empresas e empresários têm de procurar ferramentas métodos e processos que lhes permitam crescer sustentadamente e isso têm de procurar no ISEP ou em escolas como a nossa, ao solicitarem colaborações nas várias áreas que dominamos, e ao estarem interessados em improvisar. Deste modo, a sociedade poderá crescer ainda que a um ritmo gradual.

- Houve algum membro do ISEP que o tivesse marcado? Porquê? 

Houve muitos que me marcaram pela positiva (alguns poucos também pela negativa), professores meus, grandes mestres e grandes homens que me moldaram e moldaram o meu caráter e a minha visão da vida, ser-lhes-ei eternamente grato!

A rubrica SOMOS ISEP pretende dar a conhecer alguns dos rostos que integram a nossa comunidade. Sendo muito mais do que uma instituição de Ensino Superior, o ISEP é também uma segunda casa para milhares de pessoas. Estudantes, docentes e colaboradores enriquecem diariamente o Instituto. Este novo espaço destina-se, assim, a cada um dos membros da família ISEP.