Nuno Escudeiro é uma das caras mais conhecidas da comunidade ISEP, sobretudo, devido ao seu papel ativo em muitos projetos de referência. O investigador entrou para a instituição há mais de 20 anos. Desde então, ensinou, mas também aprendeu diversas lições, como o facto de os génios poderem surgir de onde menos se espera. No seu entender, o Instituto assume uma posição diferenciadora em relação aos seus pares devido aos mais variados indicadores. O melhor canto e recanto da casa? “A escadaria do edifício F, em particular numa manhã de sol”.
- Quando entrou no ISEP? E como recorda esses tempos?
Entrei no ISEP, em 1996, para lecionar no CESE de Engenharia Informática. Nessa altura, lecionava também na Universidade Lusófona, em Lisboa, e recordo a grande diferença entre a maturidade que reconhecia nos nossos estudantes, na maioria trabalhadores-estudantes, em comparação com os da Lusófona, mais jovens e ainda sem responsabilidades profissionais ou familiares. O ambiente e a forma de abordar as aulas nestes dois casos eram totalmente distintos.
- O que mais o fascina naquilo que faz?
O Ensino Superior envolve uma componente de cooperação internacional, cheia de desafios e oportunidades, que é enriquecedora a todos os níveis. Esta é uma das vertentes que mais me fascina quer seja no âmbito institucional, do ensino ou da exploração de novos caminhos e sinergias para dar resposta aos deafios do nosso quotidiano enquanto insittuição pública com responsabilidades no ensino e na investigação.
- Quer partilhar algum episódio caricato passado no ISEP?
Já há muitos anos tive, numa turma de bases de dados, um estudante que vestia sempre uma t-shirt branca e um casaco de cabedal preto com umas taxas prateadas e a gola levantada. Calças de ganga e botas pretas com tacão. Cabelo grande e despenteado. Também tinha uma postura... descontraída, em particular nas aulas práticas. Quando havia exercícios para fazer no computador, ele escrevia qualquer coisa no teclado, durante um ou dois minutos, e recostava-se na cadeira até ao próximo exercício. Não demorou muito até que fosse ter com ele para lhe dizer que a aula era para trabalhar e para fazer os exercícios. Foi aí que me apercebi que ele apanhava as coisas no ar, já sabia a resposta ainda antes de eu terminar de fazer a pergunta, fazia os exercícios em minutos e bem. A partir daí começou a dar apoio aos colegas nas aulas práticas, como se fosse meu assistente. Apesar de não o aparentar, este estudante era um génio. Lição aprendida!
- Qual a receita para lidar com a azáfama do quotidiano?
Uma coisa de cada vez.
- Qual o segredo para o sucesso?
Se eu soubesse...
- Que aspetos diferenciam o ISEP?
A qualidade do ensino e da investigação; as vagas sistematicamente preenchidas na primeira fase; as taxas de empregabilidade dos nossos estudantes nos primeiros seis meses após a conclusão do curso; o reconhecimento dos empregadores. Todos os indicadores quer seja ao nível do ensino, quer seja ao nível da investigação mostram que o ISEP se diferencia dos seus pares.
- Qual o melhor canto e recanto desta casa?
Gosto da escadaria do edifício F com a fachada toda envidraçada, em particular numa manhã de sol.
- Uma ideia para crescermos mais?
Assumirmos estratégica e abertamente um posicionamento de maior proximidade e integração com a indústria. Muitos dos nossos estudantes fazem estágios em empresas da região, mas a cooperação institucional com os empregadores locais não vai muito para além destes estágios. Os estágios podem ser um ponto de partida para uma cooperação mais profícua.
- Houve algum membro do ISEP que o tivesse marcado? Porquê?
O colega Sarmento do Departamento de Engenharia Informática (DEI), já reformado há alguns anos. Sempre bem-disposto, transmitia uma tranquilidade incrível a quem o rodeava.
PERFIL
Cinema: “Guerra das Estrelas”
Literatura: “A Selva” de Ferreira de Castro
Música: Queen
Viagem de sonho: Por isto ou por aquilo, as viagens são todas de sonho. Mas se é para referir uma em particular, cruzar a Rússia no Transiberiano
Gastronomia: Leitão à Bairrada
Lazer: Passear na praia
Desporto: Benfica, claro. Gosto de correr.
Se pudesse mudar o mundo: As coisas que mais gostamos de comer fazem-nos mal. Mudava isso.
Filosofia de vida: A única constante da vida é a mudança
ISEP numa palavra: Prestígio
A rubrica SOMOS ISEP pretende dar a conhecer alguns dos rostos que integram a nossa comunidade. Sendo muito mais do que uma instituição de Ensino Superior, o ISEP é também uma segunda casa para milhares de pessoas. Estudantes, docentes e colaboradores enriquecem diariamente o Instituto. Este novo espaço destina-se, assim, a cada um dos membros da família ISEP.