Investigação

Conservas com algas permitem colmatar carências alimentares
21-06-2017

O projeto iCanSea, realizado no âmbito de uma parceria entre a La Gondola, a WeDoTech e o ISEP, levou ao desenvolvimento de conservas de peixes com integração de macroalgas da costa portuguesa. A sessão de apresentação dos resultados finais decorre quinta-feira (dia 22 de junho), pelas 11 horas, no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, em Matosinhos.

O iCanSea, cujos trabalhos por parte do ISEP foram liderados pelo Grupo de Reações e Análises Químicas (GRAQ-REQUIMTE), surgiu da necessidade de utilização eficiente e sustentável dos recursos marinhos nacionais que, por comparação com outros países, têm sido subaproveitados. O principal objetivo incidiu na conceção de conservas como forma de enriquecimento nutricional; as macroalgas asseguram o consumo de vários nutrientes e elementos fundamentais ao desenvolvimento humano, como por exemplo o manganês, zinco e iodo.

“Os resultados alcançados possibilitam a utilização das algas como via de diferenciação de produtos de conserva e potenciadoras de sabor unami [um dos cinco gostos básicos do paladar humano], permitindo uma melhoria sensorial e também nutricional. A par disso, o iCanSea levou à caraterização das algas edíveis de interesse disponíveis na costa portuguesa ricas em proteína, aminoácidos essenciais, iodo, sal e outros minerais [potássio, manganês, magnésio, zinco, selénio, cálcio e ferro], avaliando a sua variação ao longo das estações do ano”, explica a docente do ISEP e investigadora do GRAQ-REQUIMTE, Simone Morais.

Com o gradual interesse dos consumidores em alimentação saudável, os produtos agora criados deixam antever uma interessante oferta para o mercado. No total foram produzidos três tipos diferentes de conservas de peixe enriquecidas com macroalgas, resultando em alimentos seguros e saudáveis.

O iCanSea teve início em julho de 2015, prolongando-se até o corrente mês, envolvendo 17 investigadores, oito dos quais com vínculo ao ISEP. O projeto foi uma Iniciativa do Portugal 2020, com financiamento UE/FEDER, através do COMPETE2020 no âmbito do Sistema de Incentivos à Investigação e Desenvolvimento Tecnológico na vertente de Co-promoção, com um investimento de 403 mil euros, dos quais 273 mil euros são provenientes do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.