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SOMOS ISEP: António Manuel Encerrabodes
19-04-2017

António Manuel Encerrabodes, de 23 anos, é estudante do Mestrado em Engenharia Mecânica do ISEP. Divide o seu tempo entre os estudos, a aeISEP e a equipa de Embaixadores da instituição. Fora do mundo académico aproveita para, sempre que possível, desfrutar dos prazeres da Literatura. O jovem, natural de Lamego, é mesmo um convicto apaixonado pelos livros, desde Homero a Afonso Cruz. E o Instituto? “É uma casa especial”, responde.

-Porque escolheste o ISEP?

Para além de ter tido pessoas a sugerir-me o ISEP, quando me informei melhor sobre a instituição fiquei surpreendido com as condições que apresentava. O facto de ser sediado no Porto teve também em mim uma influência positiva, pois queria conhecer uma cidade nova e na altura o Porto era, sem dúvida, a melhor opção.

-Como recordas os primeiros tempos?

Com muita nostalgia e saudade. Passou tudo muito rápido, desde o momento em que entrei até aos dias de hoje. Inicialmente, era mais um no meio de tantos outros, com sonhos, ambições e objetivos. Hoje, olho para trás e vejo que muitos deles foram cumpridos. No entanto, não deixo que o saudosismo me impeça de continuar a viver uma experiência única que só o ISEP foi capaz de me proporcionar.

-O que mais te fascina no teu curso?

Para mim a Mecânica mudou o mundo, a indústria, mentalidades e o mercado. Se olharmos para a História, a Revolução Industrial mudou o mundo. A meu ver, quem ostentou essa bandeira de mudança foi, sem dúvida, a Mecânica.

-Quais as atividades a que te dedicas além dos estudos?

Faço parte da aeISEP, integro a equipa “Embaixadores ISEP” e colaboro na integração de estudantes Erasmus através de um núcleo recentemente criado pelo Politécnico do Porto designado de HOPP. Fora do ISEP, adoro ler desde literatura estrangeira a nacional. Agradeço muito ao meu professor de Português, António Martins, por na altura certa me ter orientado e dado a conhecer as obras certas: de Homero a Afonso Cruz, a leitura é essencial.

-Queres partilhar algum episódio caricato passado no ISEP?

Penso que o momento mais caricato tenha sido no meu primeiro ano, tinha teste de Ciências dos Materiais e estava muito esgotado por todos os acontecimentos que tinham decorrido anexos àquela semana. Então, faltavam 15 minutos para entregar a prova e eu na minha cabeça tinha feito um teste brilhante, contudo qual o meu espanto quando o docente vem ter comigo e me pergunta que tinha eu escrito durante aqueles 30 minutos de prova. Resultado? Uma caligrafia horrível e uma nota pouco positiva!

-Qual a receita para se lidar com a azáfama do quotidiano?

Procurarem algo novo em algo que é comum, inovarem e arriscarem. Muitas vezes debato com amigos que algo que me deixa um pouco perplexo é a igualdade e a falta de originalidade na juventude atual. Precisamos de jovens com ideias e ideais, sejam mais ou menos consensuais. Dizem que a genialidade é um tipo de loucura, mas preferia viver numa sociedade de loucos, em detrimento duma sociedade alimentada pela televisão e pelas redes sociais, aliás esse paralelismo é bem alimentado no livro de Saramago, “Ensaio sobre a Cegueira”.

-Qual o segredo para o sucesso?

Acreditar que realmente podemos alcançar o sucesso, sendo conscientes que teremos de trabalhar para alcançar o mesmo. Podemos complementar isso vivendo segundo as sete virtudes do bushido, ou um outro código de honra de uma arte marcial, acho que funcionam bem para uma correta conduta no geral.

-Que aspetos diferenciam o ISEP?

Nos meus cinco anos de experiência, o ISEP sempre me provou ser uma comunidade à parte das outras. A integração é rápida e prática, o convívio é constante e podemos ter orgulho ao sentir que todos os estudantes têm um grande amor e carinho ao ISEP. O tempo passou confirmando que estudantes, docentes e funcionários lutam por uma casa com tradição, mas sempre de olhos postos na inovação. Com os Embaixadores espero espelhar e transmitir este sentimento.

-Qual o melhor canto e recanto desta casa?

Todo o espaço pertencente à aeISEP. Os estudantes ‘vivem’ lá todo o tipo de experiências. Desde as várias horas partilhadas a almoçar ou a jantar, entre sorrisos e gargalhadas, às conversas de café, incluindo as horas de preparação para frequências ou exames, sem descurar os momentos de lazer. Só mesmo o espírito familiar do ISEP cria estas memórias entre diferentes estudantes das várias áreas. 

-Uma ideia para crescermos mais?

Sócrates dizia que “para mudar o mundo temos de mudar a nossa casa primeiro”, comecemos então por aí primeiro. Há que continuar a lutar para manter esta força interna que temos institucionalmente. Manter a visão e continuar a lutar por aquilo que aos olhos de muitos é impossível. As recentes creditações são um exemplo disso. Somos uma casa especial e mesmo quem nos é externo reconhece isso. Há que recordar o passado, viver o presente e preparar o futuro.

Perfil

Cinema: “Dogville” (filme); Jack Nicholson (ator); Helena Bonham Carter (atriz) e Christopher Nola (realizador).

Literatura: A obra “Os Lusíadas” e os escritores José Saramago e Afonso Cruz.

Música: Ouço de tudo um pouco, mas talvez a banda que me acompanha há mais tempo é Slipknot. Depende muito do momento.

Viagem de sonho: Japão ou Índia.

Gastronomia: Tripas à moda do Porto e Francesinhas.

Lazer: Literatura e videojogos.

Deporto: Artes marciais.

Se pudesses mudar o mundo: Gostaria que as pessoas fossem verdadeiramente felizes vivendo em harmonia com os restantes seres vivos. A depressão é algo cada vez mais recorrente na Humanidade.

Filosofia de vida: O Homem deve ser um todo e saber um pouco de tudo. Ser uma árvore por inteiro e não apenas um ramo.

ISEP numa palavra: Casa.

A rubrica SOMOS ISEP pretende dar a conhecer alguns dos rostos que integram a nossa comunidade. Sendo muito mais do que uma instituição de Ensino Superior, o ISEP é também uma segunda casa para milhares de pessoas. Estudantes, docentes e colaboradores enriquecem diariamente o Instituto. Este novo espaço destina-se, assim, a cada um dos membros da família ISEP.