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Parceria entre o ISEP e o Estádio do Dragão continua a crescer
19-07-2016
Parceria entre o ISEP e o Estádio do Dragão continua a crescer

A parceria entre o ISEP e a Porto Estádio, empresa responsável pela gestão e manutenção da casa do FC Porto, continua a dar bons frutos. Depois do sucesso em trabalhos anteriores, a tese de Mestrado de Jorge Leite – no ramo de especialização de Estruturas em Engenharia Civil (MEC) – voltou a elevar as expetativas, visando a melhoria da avaliação da condição estrutural das bancadas do Estádio do Dragão.

Sob a coordenação do docente Diogo Ribeiro, o projeto obteve a distinta classificação de 18 valores, tendo as provas públicas decorrido no passado dia 20 de junho, no Auditório C301 do Departamento de Engenharia Civil do ISEP. A dissertação surgiu da preocupação da Porto Estádio em assegurar o cumprimento das mais recentes exigências funcionais dos recintos durante eventos desportivos, sobretudo aquelas que estão associadas à segurança e conforto dos espetadores.

Neste contexto, e tendo por base os critérios estabelecidos em normas internacionais de referência, Jorge Leite procurou dar resposta às questões levantadas pela empresa ao nível dos denominados fenómenos de ressonância. De facto, com a necessidade de reduzir os obstáculos à frente do público, muitos recintos foram construídos com recurso a elementos estruturais de maior vão e mais esbeltos. Assim, tornou-se mais suscetível a ocorrência de oscilações excessivas das bandas e que são comummente responsáveis pelo desconforto dos espetadores.

Com o objetivo de implementar uma solução eficaz, o “projeto do estudante incidiu na avaliação experimental das propriedades dinâmicas dos degraus da bancada do Estádio do Dragão, permitindo caraterizar as frequências próprias, os modos de vibração e os coeficientes de amortecimento de um conjunto de degraus por meio de ensaios”, afirma o professor do ISEP, Diogo Ribeiro. Interessa mencionar, a este nível, que estudos semelhantes foram já desenvolvidos noutros lugares conhecidos do grande público como, por exemplo, o Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (Brasil).

Entre outros aspetos, esta tese de Mestrado permitiu uma melhor compreensão da influência do nível de degradação da estrutura, devido aos efeitos do tempo e da utilização, nos valores das frequências de vibração dos degraus de bancada, 12 anos após a construção do Estádio do Dragão. Além disso, “possibilitou, pela primeira vez, comprovar experimentalmente a influência da ligação entre os degraus nas suas propriedades dinâmicas, além da identificação de não linearidades associadas ao comportamento de alguns dos componentes do sistema”, acrescenta o docente.

Na sequência do trabalho de Jorge Leite, pretende-se realizar novos estudos experimentais, nomeadamente do comportamento dinâmico de uma zona em consola com vão superior a dez metros localizada nas extremidades das arquibancadas do Estádio do Dragão, ou ainda a realização de ensaios sob ação do público durante a realização de eventos desportivos. Importa referir também que desta dissertação já resultaram dois artigos em conferências, estando a decorrer a preparação de um artigo para revista científica internacional.

Além dos projetos com a Porto Estádio, existem outros importantes projetos em curso. “Fruto da parceria técnica com a Portugal Telecom está a ser levado a cabo o estudo do comportamento dinâmico da Torre de Telecomunicações do Monte da Virgem [em Vila Nova de Gaia] sob ação do vento”, informa o também coordenador científico da parceria entre o ISEP e a Porto Estádio. Diogo Ribeiro recorda ainda que, a par destes, alguns trabalhos de relevo vão ser iniciados: “Como é o caso da parceria com a Universidade de San Diego e a California High-Speed Rail Authority, no âmbito da avaliação do comportamento dinâmico de pontes ferroviárias na linha de alta velocidade Los Angeles-São Francisco, nos Estados Unidos.”

O MEC do ISEP especializa profissionais com competências avançadas ao nível de projeto, gestão de empreendimentos e conservação e reabilitação do património. Os mestrandos podem aproveitar entre mais de 50 parcerias empresariais para desenvolver o projeto final de curso como, por exemplo, a Sociedade de Reabilitação Urbana ou Águas do Douro e Paiva, entre muitas outras.