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92 ANOS DE FORÇA E PAIXÃO PELA ENGENHARIA (QUÍMICA)
12-12-2014

No Instituto Superior de Engenharia do Porto acreditamos no poder transformador da engenharia: seja para mudar o mundo, criar oportunidades de mobilidade social ou de afirmação pessoal. Os nossos alunos são pessoas criativas, ambiciosas e dinâmicas e já em meados do século XX acreditavam que o ISEP lhes abria portas para o mundo.

Cândida Lencart é uma antiga estudante do ISEP. Diplomada em engenharia química em 1941, conta hoje com 92 anos de mundo, vida e engenharia. É avó de uma outra diplomada ISEP, Ana Leal, também engenheira química. Apaixonou-se pelo ISEP e pelos bons momentos que lhe mudaram a vida.

Nascida em 1922, Cândida Lencart ingressou no ISEP (então Instituto Industrial do Porto) por paixão à química e motivada por uma tia, que via nos estudos superiores um veículo de afirmação e independência para a sua sobrinha. Em meados do século XX os tempos e costumes eram outros, assim como o papel da mulher na sociedade. A opção por um curso superior foi motivada pela vontade «de não ter de depender de ninguém».

Foram «bons tempos que vivi», recorda Cândida Lencart, que recorda um método de ensino muito prático e laboratorial. O ótimo ambiente de companheirismo e amizade entre os estudantes, compensava o método mais conservador e clássico com que alguns docentes lecionavam então. Recorda convívio e atuações das tunas no Rivoli.

Cândida Lencart apaixonou-se pelo ISEP e confessa emocionada que foi cá que encontrou o amor da sua vida: Carlos Fernando, com quem viria a casar.

A sua turma era bastante próxima e as futuras engenheiras estavam em maioria. «Vivi em pleno a experiência do curso superior», recorda.

A vontade de «ser independente» e de encontrar emprego quando acabasse a formação norteou o seu rumo. Tendo realizado um estágio académico em ambiente empresarial, já como diplomada encontrou o primeiro emprego como uma engenheira química ao serviço de uma multinacional suíça durante a Segunda Guerra Mundial.

Posteriormente, transitou para a Câmara Municipal do Porto, onde se afastou da química, mas sem nunca abandonar a ética de estudo e de trabalho, a capacidade de raciocínio lógico e a postura fortemente pragmática, que o ISEP ajudou a desenvolver. Assumiu cargos de liderança e chegou a chefe de repartição, até se reformar, com 66 anos.

A vida dá voltas e Ana Leal, neta de Cândida Lencart é também hoje uma antiga aluna ISEP, diplomada igualmente em Engenharia Química. Ana assume que «muito mudou desde então. Há mais condições, mais laboratórios e a índole prática é atualmente altamente diferenciadora». Mas o espírito de garra, independência e pragmatismo destas duas mulheres e alumni ISEP parece o mesmo.