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PORQUE É QUE A ENGENHARIA TAMBÉM É UM MUNDO DE MULHERES?
26-05-2014

O Instituto Superior de Engenharia do Porto é uma escola inclusiva, aberta a todas as pessoas que demonstrem interesse e competência para a engenharia. Atualmente, 15% do total de estudantes são mulheres. Em 2012, 18% dos novos estudantes foram mulheres, número que aumentou para 20%, em 2013. Temos mulheres engenheiras na gestão, à frente de departamentos, grupos de investigação, na direção de cursos e serviços.

A engenharia é frequentemente confundida com uma área masculina, mas, no ISEP, consideramos que é sobretudo inclusiva e fascinante. A engenharia combina saberes clássicos com tecnologias emergentes, criatividade com pragmatismo, inovação e empreendedorismo. Preocupa-se em promover respostas que melhorem o dia-a-dia e que sustentem um desenvolvimento mais inteligente e sustentável. A engenharia é uma área aberta a pessoas curiosas, criativas e ambiciosas.

Responsável pela Divisão Académica e pela Academia Cisco.ISEP, Berta Batista optou pelo curso de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, porque «mais do que saber utilizar computadores, queria saber como funcionavam». A curiosidade compensou, já que esta opção «abriu horizontes» e um caminho que permitiu «perceber que gosto muito de pensar, analisar, “fazer engenharia” e ensinar».

Enaltecendo «todas as pioneiras que se atreveram a frequentar escolas em que eram únicas entre pares», mas também todas as engenheiras «que lideram os seus projetos empresariais ou de investigação com mérito indiscutível», Berta Batista vinca o «longo caminho que se percorreu», destacando como ideia de força, que na engenharia importa sobretudo «ter mérito».

«Uma jovem ou um jovem devem candidatar-se a engenharia se tiverem a vontade de praticar esta arte: analisar, modelar, conceber e implementar, sempre no sentido de melhorar os processos», acrescenta referindo que uma mais-valia dos engenheiros e engenheiras reside na capacidade de abraçarem o futuro. «Lidar com a mudança e o progresso é intrínseco à engenharia».

Engenheira química, Helena Gomes foi recentemente distinguida na competição europeia Future Ideas. Esta investigadora do ISEP realça o destaque que as mulheres têm conquistado no mundo profissional e académico. «O constante aumento de mulheres na engenharia tem contribuído, sem dúvida, para uma nova visão desta área e para o aparecimento de novos domínios de atuação».

A opção pela engenharia química surgiu durante o 12º ano de escolaridade, porque possibilitava trabalhar na área da saúde e ajudar pessoas. «O curso conjugava a parte da química e dos processos com a aplicabilidade da engenharia para desenvolver novos métodos de diagnóstico. Foi a primeira opção e da qual me orgulho, já que é uma área sempre atrativa e gratificante. Gostei muito de desenvolver competências em várias ciências relevantes, melhorar a capacidade para planear, concretizar e explicar», indica a investigadora, que destaca o papel de visionárias como Marie-Curie, que «abriu uma nova janela para o mundo da ciência e da engenharia».

Referindo que «as mulheres trazem características essenciais para esta área, como a assertividade e a minuciosidade», Helena Gomes afirma que a engenharia é uma boa opção para qualquer jovem, já que «a engenharia nos traz experiência, crescimento, dinamismo, inovação, capacidade de adaptação e de resolução de problemas: mais-valias essenciais a qualquer projeto profissional».

Helena Rocha, finalista da licenciatura em Engenharia Eletrotécnica – Sistemas Elétricos de Energia, acredita que as mulheres têm lugar na engenharia, incluindo nos setores de produção, construção, energia ou novas tecnologias. Esta estudante do ISEP lamenta que ainda existam alguns preconceitos e curiosidade, mas acredita que cabe a cada geração contribuir para mudar a história. Aceitou esse desafio porque «uma opção por engenharia abre possibilidades de futuro».

«A engenharia é um universo para pessoas criativas, que gostam de resolver problemas e de colaborar na construção da sociedade e do progresso. Porque é que não haveria de ser um mundo de mulheres?», pergunta Marina Duarte, docente do Departamento de Engenharia Mecânica.

A opção por engenharia mecânica deveu-se ao «vasto leque de áreas de atuação e especialização», sendo uma excelente opção «para quem gosta de combinar o raciocínio lógico com a criatividade para encontrar soluções». Marina Duarte considera que esta opção «exigiu esforço e dedicação, mas as competências e conhecimentos adquiridos revelaram-se uma base sólida sobre a qual foi possível construir um percurso profissional à minha medida».

Destaca o crescente papel das engenheiras. «As mulheres têm demonstrado uma enorme capacidade de trabalho e a engenharia tem muito a beneficiar desta capacidade», sendo que para quem vai candidatar-se ao ensino superior, a engenharia «é uma oportunidade; uma porta que se abre para um futuro de desafios e sucessos» e que pela sua universalidade permite o exercício profissional «em qualquer parte do mundo».

Sobre o futuro das mulheres na engenharia, Marina Duarte pergunta antes, «como pode a engenharia ter futuro sem as mulheres?».

ISEP: 11 OPÇÕES COM FUTURO
Engenharia Civil
Engenharia de Computação e Instrumentação Médica
Engenharia Eletrotécnica e de Computadores
Engenharia Eletrotécnica – Sistemas Elétricos de Energia
Engenharia Geotécnica e Geoambiente
Engenharia Informática
Engenharia de Instrumentação e Metrologia
Engenharia Mecânica
Engenharia Mecânica Automóvel
Engenharia Química
Engenharia de Sistemas