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INCORPORAÇÃO DA SUSTENTABILIDADE NO MODUS OPERANDI DE UMA EMPRESA QUÍMICA
12-03-2014

Dissertação de mestrado em Engenharia Química realiza estudo sobre sustentabilidade baseado num inquérito efetuado à indústria química e no cruzamento das normas internacionais mais utilizadas (ISO 9001:2008, ISO 14001:2004, entre outras) e da iniciativa Atuação Responsável (Responsible Care) com a ferramenta de avaliação das Nações Unidas "UN Global Compact Assessment Tool". Esta última foi modificada, com a devida autorização, de forma a introduzir recomendações automáticas para cada lacuna de forma a debitar recomendações específicas para 63 combinações dos sistemas de gestão.

O trabalho de mestrado propõe ainda esquemas estratégicos para orientar a incorporação da sustentabilidade no “modus operandi” de uma empresa. Estes são adaptáveis às exigências de PME ou empresas em início de implementação da sustentabilidade (nível de iniciação) e  grandes empresas ou empresas que desejem atingir um estágio elevado em termos de sustentabilidade (nível avançado) do setor químico.

«Esta dissertação tem como objetivo rever os sistemas de gestão relevantes existentes e iniciativas da indústria química de forma a identificar sinergias, sobreposições e lacunas em relação às melhores práticas de sustentabilidade, mapear as barreiras à incorporação da sustentabilidade e formular recomendações que facilitem a execução de práticas de sustentabilidade dentro dos sistemas de gestão existentes».

O estudo de Belmiro Vigário apoiou-se nas normas internacionais mais utilizadas, incluindo a iniciativa “Responsible Care” e a “UN Global Compact Assessment Tool”, produzindo um inquérito à indústria química, realizado através da Associação Portuguesa das Empresas Químicas (APEQ). No sentido de potenciar a incorporação da sustentabilidade em empresas químicas, «foram criados esquemas estratégicos que incluem a ferramenta modificada para orientar a incorporação da sustentabilidade no modus operandi de uma empresa química».

Os resultados apurados indicam que 73% das empresas inquiridas apresentam um plano de sustentabilidade, mas que o mercado ainda não aceita pagar os custos acrescidos de produtos mais “verdes”, o que representa «uma das principais barreiras» para as empresas.

«As grandes empresas associadas da APEQ vêm a complexidade da implementação e o baixo retorno do investimento como as outras principais barreiras, enquanto as pequenas e médias empresas responderam que a outra barreira mais importante é a dificuldade de previsão das necessidades dos clientes».

O estudo ressalva que as práticas de análise do ciclo de vida estão ainda pouco implementadas, «constituindo assim uma oportunidade relevante em termos de práticas de sustentabilidade a serem abordadas» pelo setor.

“Incorporação da Sustentabilidade no Modus Operandi de uma Empresa Química” foi desenvolvido ao abrigo da parceria do ISEP com a empresa The Dow Chemical Company e contou com o apoio da Associação Portuguesa das Empresas Químicas, sendo avaliado com 19 valores.

O mestrado em Engenharia Química especializa engenheiros nas áreas ambiental e energética, disponibilizando dois ramos: Otimização Energética na Indústria Química e Tecnologias de Proteção Ambiental.

+INFO: DEQ