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INVESTIGADORES ISEP REDUZEM PEGADA AMBIENTAL DE DATA CENTER DA PT
02-01-2014

Centenas de micro sensores distribuídos desde março de 2013 por centenas de bastidores no Data Center da Portugal Telecom (PT) contribuem para aumentar a eficiência energética daquele Data Center. Cada micro sensor comunica a temperatura, a pressão, a humidade e também a energia consumida de forma mais fidedigna do que os sistemas atuais. Desenvolvido em Portugal por investigadores do Centro de Investigação em Sistemas Confiáveis e de Tempo-Real (CISTER), este sistema promete poupar milhares de euros em eletricidade e reduzir as emissões de CO2 já em 2013.

Sempre que pesquisamos uma palavra no Google, fazemos download de uma música no iTunes ou recebemos um e-mail, o nosso computador tem que se conectar com o servidor que armazena esses dados. Esses servidores estão armazenados em Data Centers (centros de processamento de dados), estruturas de milhares de metros quadrados cruciais num mundo sedento por informação ilimitada e fortemente dependente das tecnologias de informação. Como exemplo da importância destas infraestruturas, recordamos uma falha recente no Data Center da FCCN que deixou universidades, politécnicos, laboratórios e outras instituições do Estado ou dependentes da rede académica – RCTS (80 organismos e cerca de 400 mil utilizadores) sem parte relevante das comunicações.

Contudo, esta dependência dos Data Centers acarreta gastos de milhares de euros em eletricidade, porque os servidores têm que estar continuamente refrigerados, bem como toneladas de emissões de CO2. Uma variação de um grau no ar condicionado permite economizar recursos de refrigeração e poupar milhares de euros.

O CISTER instalou um sistema composto por centenas de sensores distribuídos pelos 2000 m2 e pelas centenas de bastidores dos Data Centers da PT na Covilhã e em Picoas.

«Imaginem centenas de smartphones, mas que em vez de telefonarem, enviam informação para uma central», descreve Eduardo Tovar, diretor do CISTER e um dos mentores deste sistema.

Cada sensor monitoriza e transmite informação em tempo-real e com alta fiabilidade sobre a temperatura, a pressão, a humidade e o consumo energético. Desta forma, o sistema permite evitar o sobreaquecimento dos servidores, otimizar o consumo de energia, efetuar previsão de eventuais falhas e até sugerir as localizações mais adequadas para cada servidor com base na informação recolhida.

Este é um sistema único no mundo, que permite ter uma imagem do Data Center mais fidedigna e a uma fração do custo do que os métodos atuais. «Estamos a falar da utilização de um sistema que custa uma fração do que permite poupar logo no primeiro ano e com custos significativamente inferiores às tecnologias utilizadas para monitorizar os Data Centers», explica Eduardo Tovar.

Este sistema inovador é o principal resultado do projeto SENODs (Sustainable ENergy-Optimized Datacenters), que pretende tornar os Data Centers energeticamente mais sustentáveis reduzindo simultaneamente os custos de eletricidade e refrigeração. O projeto é desenvolvido no âmbito do Programa Carnegie Mellon Portugal, financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).

O projeto é liderado por investigadores do CISTER, uma unidade do ISEP associada do INESC-TEC, em parceria com a Portugal Telecom e conta também com a colaboração das universidades de Carnegie Mellon (CMU) e do Porto (UP).

+INFO: CISTER/INESC TEC