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PRAXE EM ENGENHO: UMA RECEITA ISEP PARA INTEGRAR ESTUDANTES DO 1º ANO
07-11-2013

Recentemente foi divulgado o projeto Integra do ISEP, como uma referência no acolhimento e integração de novos estudantes. Outra boa prática do Instituto Superior de Engenharia do Porto reside na unidade curricular Laboratórios de Engenharia 1 (LENG1) que não só integra os novos estudantes como promove o trabalho em equipa e desperta o seu espírito empreendedor, através do desenvolvimento de um microprojeto de engenharia.

Inserida no plano de estudos da licenciatura em Engenharia de Sistemas, a unidade curricular LENG1 decorre ao longo das primeiras quatro semanas de aulas. LENG1 integra os novos estudantes na turma, no ISEP e na cidade, através de um primeiro trabalho desenvolvido em grupos de quatro a cinco elementos. Os grupos dispõem das duas primeiras semanas de aulas para desenvolver este primeiro trabalho, terminando com uma apresentação pública e a exposição de um cartaz alusivo aos resultados.

«O primeiro passo é receber os novos estudantes do primeiro ano e aproveitar este contacto para apresentar objetivos, esclarecer dúvidas e diluir ansiedades. O diálogo ajuda a quebrar as barreiras cerimoniais iniciais e a identificar motivações e gostos semelhantes, apoiando a formação das equipas de trabalho», indica Christopher Sá, docente de LENG1.

Alguns exemplos de trabalhos desenvolvidos incluem o estudo de perfis de novos estudantes no ISEP (relacionando as notas de entrada da turma com características pessoais); a caracterização do orçamento mensal de um estudante do primeiro ano; o estudo de consumos energéticos (levantamento dos consumos de gás, de eletricidade e de água no ISEP e análise comparativa com os consumos de outras entidades de dimensão aproximada na cidade); a análise das perspetivas de empregabilidade e de carreira do curso; a imperativa relação entre a ética e a engenharia.

No decurso das duas semanas seguintes, os futuros engenheiros de sistemas dedicam-se a um trabalho de maior fôlego. Este microprojeto estimula os grupos a desenvolverem, em ambiente competitivo saudável, um produto “made in ISEP”.

«Nos anos anteriores foram criados produtos à base de termoplásticos, como palhetas musicais, capas de portátil, bolsas para telemóveis, carteiras e relógios. Também já os desafiámos a desenvolver uma tecnologia para purificação de água a partir de um destilador solar. Noutro ano, foram adaptados pequenos carros telecomandados ao aproveitamento da energia solar. Este ano, o projeto consistiu no desenvolvimento de carros anfíbios. As equipas tinham de adaptar carros telecomandados com potência inferior a 10W para conseguirem realizar um percurso predefinido em água e no solo no menor tempo possível», acrescenta o docente do ISEP.

Para os responsáveis da licenciatura em Engenharia de Sistemas, esta unidade curricular permite oferecer uma forma de integração alternativa, que reforça também o espírito de grupo e estimula o interesse pela engenharia e pelos princípios que acompanham o curso.

«As soft skills do engenheiro, designadamente ao nível da comunicação oral e escrita, de trabalho em equipa, de planeamento e execução de projetos, são introduzidas ajudando os estudantes a melhor se identificarem com a missão do curso e perspetivas de futuro», refere Christopher Sá. «Em simultâneo, esta “praxe em engenho”, ajuda-os a testar e a conhecerem melhor as suas capacidades e potencialidades, integrando-os no ISEP, no curso e na turma», completa.

A licenciatura em Engenharia de Sistemas aplica as boas práticas internacionais do consórcio CDIO (Conceive — Design — Implement — Operate) que promovem um ensino de cariz teórico-prático. «Incentiva os estudantes a imaginar, criar, cortar, soldar, colar, escolher materiais, medir potências… ou seja, a pensar e agir, seguindo a lei de Ohm ou o princípio de Arquimedes. Sobretudo, é lançada a “semente da engenharia” e reforçado o gosto da aprendizagem», conclui o docente.

Veja algumas fotografias das apresentações de 2013 de Laboratórios de Engenharia 1.

+INFO: DMA